O quadro político nacional para as eleições gerais deste ano amanheceu com um novo desenho nacional, que, certamente, terá reflexos no pleito que está à porta também no Amazonas. Para começar, o PDT do presidenciável Ciro Gomes não conseguiu transformar em casamento o namoro que vinha tendo com o DEM, de Pauderney Avelino, e o PR, de Alfredo Nascimento.
A aliança nacional criava condições confortáveis para que os dois seguissem o flerte com o governador e candidato à reeleição Amazonino Mendes (PDT).
O DEM e o PR decidiram embarcar na campanha do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), partido do prefeito Arthur Neto, que, nas últimas semanas, fez forte aproximação com Amazonino.
Além do DEM e do PR, Alckmin também levou para o seu palanque o PP, de Rebecca Garcia, também da órbita de Amazonino, e o PRB, do deputado federal Silas Câmara, principal entusiasta de campanha a governador do senador Omar Aziz (PSD).
Mistura nem tanto improvável
O resultado dessa reviravolta nacional pode reabrir, no Amazonas, conversas com partidos de perfis ideológicos semelhantes, mas que têm se evitado no estado.
Isso porque, depois que perdeu o Centrão formado por esses partidos, Ciro Gomes se voltou para a esquerda, elogiou o ex-presidente da República Lula da Silva, defendeu a liberdade do líder petista e sinalizou estar disposto a caminhar com o PT.
O gesto de Ciro encontra outra movimentação nesse campo ideológico que vem sendo desenhado desde o começo da semana: a hipótese de o PCdoB desmontar o palanque da gaúcha Manuela D’Ávila, tornando-a vice de Lula.
No Amazonas, em tese, essa movimentação cria condições de aproximação que foram ensaiadas, mas que enfrentam algumas resistências.
Petistas e Amazonino
A aproximação de Ciro ao PT fortalece, por exemplo, os petistas que defendem aliança com Amazonino Mendes.
Ela também favorece os que defendem aliança com PSB do pré-candidato a governador David Almeida e de Serafim Corrêa, já que ontem a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que continua aguardando os socialistas.
De cara, as afinidades nacionais criam tensão pela cabeça de chapa no Amazonas. Isso porque o PSB já definiu e lançou David Almeida e o PDT tem Amazonino Mendes como nome maior à reeleição.
O PCdoB no Amazonas, por sua vez, anima-se com esse alinhamento, porque, por enquanto, sua candidata ao Senado, Vanessa Grazziotin, ainda não tem um cabeça de chapa.
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Foto: BNC Amazonas