Segurança ruim nos estados cresce presença militar nas eleições

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Publicado em: 11/08/2018 às 10:37 | Atualizado em: 11/08/2018 às 18:30

Coautor de um estudo que aponta para o aumento da participação de militares em eleições do Brasil desde 1998, o cientista político Bruno Bolognesi, professor da Universidade Federal do Paraná, afirma que as candidaturas de policiais e militares de outras forças da segurança pública costumam ter viés personalista e são resultado da recente escalada da violência.

“Há uma inquietação severa da população em relação à questão da segurança. E isso faz com que candidatos com este perfil, das forças repressivas, ganhem terreno”, afirmou.

Não são apenas os partidos mais à direita, como o PSL do candidato a presidente da República Jair Bolsonaro, que terão policiais nas majoritárias. Em vários estados eles tiraram as fardas para entrar na política. E ocuparão postos de destaque na disputa majoritária nos estados nas eleições deste ano.

Dois generais da reserva do Exército disputam governos estaduais. Um capitão, um major da PM e um brigadeiro reformado vão tentar o Senado. E oficiais e praças da PM, delegados da Polícia Civil e agentes da Polícia Federal serão vices em pelo menos cinco estados. São pelo menos 28 candidatos, 8 ao governo, 12 vices e 8 ao Senado.

Estado vizinho ao Amazonas, o Acre é um bom exemplo de como a escalada da violência estimulou a presença de agentes da segurança pública a se lançar na política. Os três principais candidatos ao governo terão policiais em suas chapas.

O estado, segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é o segundo com maior taxa proporcional de mortes violentas, com 63,9 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Capitão da reserva do Exército, a candidatura de Bolsonaro também é avaliado por Bolognesi como um dos fatores que impulsionaram as candidaturas dos militares.

A matéria é da Folha, publicada no portal do UOL.

 

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Foto: Reprodução/perfil do candidato Coronel Sales Moreno, no Facebook