O resultado das eleições de 2020, saído das urnas neste domingo (29) é claro: o eleitor rejeitou a polarização entre o petismo e o bolsonarismo.
Das 23 candidaturas que disputaram o pleito em capitais e municípios, os dois campos políticos foram derrotados em 65,22% dos embates, elegendo-se apenas em 34,78% deles.
O PT obteve a maior derrota. Disputou em 15 cidades. Perdeu em 11 delas e ganhou somente em 4 colégios eleitorais.
O bolsonarismo tinha candidaturas em 8 cidades brasileiras. Obteve 50% de vitórias e 50% de derrotas.
Leia mais
Após amargar uma grande derrota no primeiro turno, quando fez campanha aberta a candidatos de dentro do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro não se manifestou abertamente, nesse segundo turno, mas tinha seus favoritos.
Na capital do Rio de Janeiro, o predileto do presidente era o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que perdeu para Eduardo Paes (DEM). O placar foi de 64,07% a 35,93% dos votos válidos.
Em Belém, o bolsonarista declarado, Everaldo Eguchi (Patriota), foi a grande surpresa do primeiro turno.
Mas nessa segunda fase perdeu a vaga (48,24%) para o deputado e ex-prefeito da capital paraense, Edmilson Rodrigues (Psol), que obteve 51,76%.
O presidente Bolsonaro também estava de olho no resultado de Fortaleza.
O candidato dele, Capitão Wagner (Pros), foi para o segundo turno com José Sarto (PDT), apoiado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes.
Mas, ao final, Sarto venceu o Capitão Vagner por 51,69% a 48,31%.
Na quarta capital brasileira em que o bolsonarismo estava presente, em Cuibá/MT, Abílio (Podemos) também foi derrotado. Perdeu para Emanuel Pinheiro (MDB) de 51,15% a 48,85%.
As vitórias de Bolsonaro ocorreram em:
Vitória/ES, com o Delegado Pazolini (Republicanos)
São Gonçalo/RJ; Capitão Nélson (Avante)
São Vicente/SP, com Kayo Amado (Podemos)
Bauru/SP, com Suéllen Rosim (Patriota)
PT sem capitais
O PT, que comandou o país por 13 anos – com os presidentes Lula e Dilma (2003 a 2015) –, pela primeira vez, desde a redemocratização, em 1989, não elegeu prefeito em nenhuma das 26 capitais brasileiras.
Em 2004, no primeiro governo Lula, o PT elegeu prefeito em nove capitais brasileiras.
Já em 2016, no auge da crise política em que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, o partido conquistou apenas uma capital, Rio Branco/Acre.
Nesse segundo turno de 2020, o lulismo disputou em Recife/PE, com Marília Arraes. Ela perdeu para o primo, João Campos (PSB), por 56,27% a 43,73%.
A segunda capital em que o PT disputava era Vitória/ES, com o ex-prefeito João Coser. Ele perdeu a disputa para o candidato de Bolsonaro, Delegado Pazolini (Republicanos). Lá o placar foi de 58,50% a 41,50%.
Os petistas também não tiveram sucesso nas seguintes cidades:
Guarulhos/SP
Feira de Santana
Vitória da Conquista, na Bahia
Cariacica/ES
Anápolis/GO
São Gonçalo/RH
Santarém/PA
Caxias do Sul
Pelotas, ambos no Rio Grande do Sul
Poucas vitórias
Nesse segundo turno, sem eleger prefeito em nenhuma capital, o PT venceu em:
– Diadema/SP, com Filipe (51,33%);
– Mauá/SP, com Marcelo Oliveira (50,74%);
– Contagem/MG, com Marília (51,35%)
– Juiz de Fora/MG, com Margarida Salomão (54,98%).
Foto: