O Grupo Mulheres do Brasil lançou, nesta segunda-feira (19), a carta-compromisso às candidatas às eleições de 2020. O coletivo é presidido pela empresária Luiza Helena Trajano (Magazine Luíza).
As 3.423 mulheres candidatadas a prefeita, vice-prefeita e vereadoras no Amazonas são convidadas a assinar o documento. Elas se juntariam às demais 185.621 candidatas de todo o país.
Suprapartidário, o movimento quer que mais mulheres sejam eleitas para atuar no poder público.
E que elas se comprometam com causas relacionadas à defesa dos direitos humanos, igualdade racial, liberdade de imprensa, saneamento básico, saúde e ensino público de qualidade.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 555.184 candidatos, nessas eleições, 33,43% são de mulheres (185 mil). As candidaturas masculinas representam 66,57% (369.563).
“Sem dúvida, para nós mulheres é de extrema importância a ocupação deste espaço de poder. E que mais mulheres possam vivenciar e participar de forma direta na política do seu município, do seu estado e do nosso país. Nós, mulheres, a cada dia avançamos, mas temos ainda muito a percorrer”, avalia Conceição Sampaio (PSDB), candidata a vice-prefeita de Manaus, na chapa de Alfredo Nascimento (PL).
Homens dominam o cenário
No estado do Amazonas, das 10.443 candidaturas registradas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), somente 32,8% (3.423) são do gênero feminino.
São 23 candidatas a prefeita; 60 vice-prefeitas e 3.423 mulheres que disputam os cargos de vereadoras nos 62 municípios amazonenses.
Os homens dominam as eleições, com 67,2% das candidaturas no estado, que equivalem a 7.020 nomes do gênero masculino, registrados no TRE-AM.
Compartilhando ideais
Por meio do documento do Grupo Mulheres do Brasil, as candidatas de todos os cargos informarão que compartilham dos mesmos ideais do grupo, hoje com cerca de 68 mil participantes.
De acordo com Lígia Pinto, uma das líderes do Comitê de Políticas Públicas do coletivo, o projeto expande o diálogo com as candidaturas e com os partidos.
Também cria um canal de comunicação sobre as pautas prioritárias do Grupo Mulheres do Brasil e, na medida em que é divulgada, dá a essas candidatas uma visibilidade maior num espaço majoritariamente masculino.
“Não queremos falar apenas de representatividade formal, que sabemos que é baixa, mas de compromisso com os projetos. Temos uma atuação que é referência nos direitos especiais da mulher, mas também em outros temas que nos são caros”, pontua Ligia.
Representantes da grupo em evento no Congresso Nacional em 2019
Instrumento de fiscalização
O Grupo Mulheres do Brasil tem 110 núcleos no Brasil e no exterior.
“Nós, como cidadãs, teremos um instrumento de fiscalização das candidatas que aderirem à carta e forem eleitas. Elas, em contrapartida, terão uma ampla rede de apoio em sua jornada pública”, explica Marisa Cesar, CEO do Grupo Mulheres do Brasil.
Para aderir à carta-compromisso, a candidata deve enviar e-mail para [email protected] , solicitando o documento.
As candidatas precisam informar nome completo, nome de campanha, número da candidatura, cidade e estado. Em seguida, ela receberá a carta com as instruções.
Candidaturas nos colégios eleitorais
A Lei 9.504 de 1997, alterada em 2009, determina, portanto, que “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”.
Dessa forma, o percentual mínimo de candidaturas femininas por partido é de 30%.
Nos principais colégios eleitorais do estado do Amazonas, as candidaturas femininas estão distribuídas da seguinte forma:
Manaus – 31,45% – 981 candidatas
Parintins – 34,58% – 295 candidatas
Manacapuru – 30,75% – 335 candidatas
Itacoatiara – 32,35% – 405 candidatas
Coari – 31,86% – 226 candidatas
Tefé – 32,91% – 237 candidatas.
Fotos: divulgação/Grupo Mulheres do Brasil