Lula diz ser possível o PT vir como vice nas eleições de 2022

Lula, na mesma entrevista, criticou Ciro Gomes que não apoiou Fernando Haddad em 2018. "Ele preferiu um gesto de rebeldia".

Lula se coloca à disposição do país e dá sinais de candidatura em 2022

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 20/08/2020 às 18:15 | Atualizado em: 20/08/2020 às 18:15

O ex-presidente Lula afirmou, nesta quinta-feira (20), que é “plenamente possível que o PT não tenha candidato à Presidência” em 2022.

Em seguida, se queixou de Ciro Gomes que não apoiou Fernando Haddad em 2018.

O petista fez o comentário ao ser indagado sobre a situação da Argentina, de acordo com O Globo.

A entrevista de Lula foi concedida ao canal da TV Democracia na internet. 

O exemplo da Argentina é de que a ex-presidente Cristina Kirchner aceitou ser vice na chapa de Alberto Fernández e venceu as eleições.

“É plenamente possível que o PT não tenha candidato à Presidência. O PT pode ter candidato a vice”, afirmou.

Na sequência, entretanto, completou: “O PT pode ser candidato a outra coisa. Isso é plenamente possível”.

Lula afirmou, contudo, que o PT é “o maior partido de esquerda da América Latina”. 

“É preciso ter um candidato (de esquerda) que tenha habilidade de tratar os partidos com o respeito que os partidos merecem. Não adianta querer brigar com o PT. Não podem querer que o PT abra mão dessa grandeza que o povo lhe deu (nas urnas) a troco de nada. Ou apresenta um candidato maior do que o PT ou não tem chance. As pessoas falam: “Olha, eu tenho uma pesquisa que mostra que no segundo turno tem (candidato com) mais voto que o Lula”. Ok, mas, para passar para o segundo turno, tem que passar antes pelo primeiro”, disse Lula. 

O petista, por outro lado, não poupou Ciro Gomes, candidato do PDT na eleição de 2018. 

“Tenho mais carinho pelo Ciro do que ele tem demonstrado ter por mim”.

E lamentou, portanto, que o pedetista não tenha apoiado o PT. “O companheiro Ciro deveria ter ficado no Brasil e ter declarado apoio ao Fernando Haddad”. E, em seguida, arrematou:  “Mas ele preferiu um gesto de rebeldia”.

Naquela eleição, Haddad foi para o segundo turno disputar com Jair Bolsonaro.

 

Foto: reprodução/TV Democracia