Menos de 2% dos brasileiros são doadores de sangue e a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que essa porcentagem esteja entre 3% e 5% para que haja um estoque seguro de sangue.
E, com a pandemia de Coronavírus, os bancos de sangue de muitos estados tiveram redução significativa nos estoques.
Para mudar esse cenário, o Junho Vermelho busca conscientizar sobre a importância de aumentar o número de doadores no Brasil.
Em Manaus, a Distribuidora Atem vestiu a camisa do movimento e, em parceria com as “Super Doadoras”, convoca a população nos dias 13, 18 e 19, das 7h às 18h, para participar deste gesto de solidariedade na sede da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), localizada na avenida Constantino Nery, 4397, no bairro Chapada.
Segundo a gerente de comunicação e marketing da Atem, Monique Lasmar, a empresa não poderia deixar de abraçar a causa que, além de ajudar a aumentar o estoque do Hemoam, mobiliza para que a população amazonense se torne doadora assídua.
“Muitas pessoas têm medo de agulha ou desconhecem a forma como é feita a doação, mas é preciso esclarecer que o procedimento é totalmente seguro, realizado com materiais descartáveis. Sem contar que o doador estará assistido por uma equipe treinada do Hemoam”, informa.
E é esse receio que faz com que as mulheres sejam minoria entre os doadores de sangue, representando 30% no total de voluntários.
“Homens são bem-vindos para nos ajudar a bater a meta de doação, mas queremos reverter essa estatística desfavorável e mostrar que mulheres também podem doar e ajudar a salvar vidas”, disse a responsável pelo grupo “Super Doadoras”, Silvana Reis, que é doadora de sangue há 23 anos. Ela também é coordenadora de outros projetos de doação de sangue, o Atleta Doador e o Vida Por Vidas.
“Cada uma leva cerca de 4 a 10 minutos de duração, se nesse pouquinho tempo a gente consegue salvar vidas somos heróis da vida real, por isso criei uma campanha fossem fantasiados. Na primeira edição foram várias mulheres fantasiadas de Mulher-Maravilha e batemos a meta de doações com mais de 100 bolsas de sangue. Elas gostaram tanto que passaram a perguntar quando iria ter de novo, mas a ideia era apenas realizar uma ação, não tinha intenção de formar um grupo e hoje estamos na quarta edição”, conta Silva.
A meta da campanha do Junho Vermelho é alcançar 800 voluntários e, para atender esse público, além das salas de coleta do Hemoam, que possuem capacidade para dez doadores, a Unidade Móvel, conhecida como “Vampirão”, também estará no local realizando o procedimento. Com isso serão realizadas 14 doações de sangue simultâneas.
Participantes da campanha “Super Doadoras”
São retirados 450 ml de sangue, quantidade que o corpo é capaz de repor em até 72 horas. Assim, não há risco de qualquer problema para o doador.
A única recomendação é respeitar o intervalo entre as doações. No caso dos homens, eles devem esperar 60 dias entre uma coleta e outra ou realizar.
Já as mulheres devem esperar 90 dias para doarem sangue novamente, devido à recuperação dos estoques de ferro, que nas mulheres é mais demorada em razão das perdas que elas têm durante os ciclos menstruais.
Sempre vestidas de super-heroínas, o grupo as “Super Doadoras” estará no local dando suporte na recepção do Hemoam, organizando a fila de voluntários evitando aglomeração e respeitando o distanciamento social, distribuindo máscaras de proteção e oferecendo lanches. “E muita música para entreter os doadores, as nossas campanhas são sempre uma festa”, destaca Silvana.
Pessoas de todos os tipos sanguíneos poderão doar, principalmente quem possui o O-, que é doador universal, ou seja, doa para todos os tipos do grupo, e o O+, que é o sangue mais comum na população amazonense.
Durante a ação, as pessoas passarão por uma triagem da equipe da saúde do Hemoam, e será necessário preencher os requisitos para estar apto a doar sangue.
Entre eles, ter acima de 18 anos e portar um documento oficial com foto. Jovens de 16 e 17 anos podem doar, porém deve estar acompanhados de seus pais ou responsáveis legais.
E necessário estar bem alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação), pesar acima de 50 quilos, ter tido uma boa noite de sono (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas), não ter ingerido medicamento e nem bebida alcoólica.
Conforme a Última Norma Técnica, pessoas que tiveram malária poderão doar sangue após um ano de cura da doença. E pessoas estiverem com gripe ou resfriado, por exemplo, ela deve esperar 30 dias após melhorar os sintomas para doar.
Já quem testou positivo para a Covid-19, não poderá doar por um período de 30 dias, após a recuperação completa. E aquele que teve contato nos últimos 30 dias com pessoas que apresentaram infecção pela doença são considerados inaptos por 30 dias, após o último contato com essas pessoas.
Enquanto quem teve Hepatite após os 11 anos de idade, algum tipo de câncer, Doença de Chagas ou se foi submetido a transplante de órgãos ou de medula, não poderão participar da doação.
O Hemoam obedece a normas do Ministério da Saúde, que visa oferecer segurança e proteção ao receptor e ao doador.
Fotos: Divulgação