Manaus, uma cidade realmente inteligente

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 27/12/2016 às 22:04 | Atualizado em: 27/12/2016 às 22:04

As chuvas que atingiram Manaus nesta terça-feira, dia 27, retratam um pouco o mosaico da cidade que o prefeito Arthur Neto (PSDB) está entregando à população justamento no momento em que parte para mais quatro anos de mandato: uma cidade que não suporta a um tempo que é comum na região nesta época do ano.

As águas transformaram em lama a demagogia do discurso de campanha que falava em cidade inteligente, virtual, e mostraram a imensa ignorância do poder público sobre a Manaus da realidade.

Elas também caíram como indagação que busca saber para onde foram os 500 quilômetros de drenagem profunda que o prefeito disse ter feito em quatro anos de governo.

As cenas desta terça-feira, se não suscitassem drama, dor e sofrimento de desabrigados e a angústia de uma Manaus que se arrasta em dias de chuvas, poderiam servir também de ironia, a começar pela casa que flutua e as inundações que não encontram um quilômetro do dreno que certamente já foi pago.

Pior do que testemunhar a realidade é vê-la distante de solução, pois, enquanto as chuvas mostram o que a cidade precisa, a gestão pública continua divorciada dela e falando numa Manaus fictícia, virtual e fantasiosa, que a chama de inteligente.

Mais inteligente, talvez, neste momento, seria tentar compreendê-la, e as chuvas de hoje podem ser uma boa razão para se conhecê-la de forma realmente inteligente.

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