Quase 200 mil amazonenses não sabem ler nem escrever, diz IBGE

Dos 2.866.187 amazonenses com idade igual ou superior a 15 anos, 2.667.211 são alfabetizados e 198.976 (6,94%) não sabem ler e nem escrever um bilhete simples

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 17/05/2024 às 21:40 | Atualizado em: 18/05/2024 às 14:31

A taxa de alfabetização no Amazonas cresceu de 90,2% em 2002 para 93,1% em 2022, segundo dados do Censo Demográfico 2022 sobre alfabetização divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos 2.866.187 amazonenses com idade igual ou superior a 15 anos, 2.667.211 são alfabetizados e 198.976 (6,94%) não sabem ler e nem escrever um bilhete simples.

Manaus é a cidade com a maior taxa de alfabetização. Dos 1.578.170 moradores da capital que possuem idade igual ou superior a 15 anos, 97,2% são alfabetizados e apenas 2,98% são analfabetos.

Na outra ponta esta Itamarati com índice de analfabetismo de 26,44% dos 6.930 habitantes nessa faixa. São 1.832 analfabetos no município.

Com uma população 7.752 pessoas maiores de 15 anos, o município de Silves possui o menor número real de analfabetos. São apenas 427 pessoas nessa realidade ou 5,51% do total dessa faixa de idade.

No estado, a taxa de analfabetismo é maior entre as pessoas que possuem idade superior a 65 anos até 75 anos. Nessa faixa, são 60.093 analfabetos de uma população local de 275.625 pessoas.

“A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas”, explica Betina Fresneda, analista da pesquisa.

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Ranking

Santa Catarina lidera o ranking nacional com a menor taxa de analfabetismo (2,7%), seguido do Distrito Federal (2,8%), São Paulo (3,1%), Rio Grande do Sul (3,1%) e Paraná (4,3%).

O Amazonas está na 15ª posição do ranking (6,9%). No Norte, as melhores posições são de Rondônia (6,4%), Amapá (6,5%) e Roraima (6,9%). A pior situação é do Acre (12,1%), seguido de Tocantins (9,1%) e Pará (8,8%).

Indígenas

O IBGE diz que, de 2010 para 2022, a taxa de analfabetismo das pessoas indígenas caiu de 23,4% para 15,1%.

Houve redução em todas as grandes regiões, sendo a queda mais expressiva observada na Região Norte (de 31,3% para 15,3%), seguida da Região Centro-Oeste (de 20,8% para 12,7%) e da Região Nordeste (de 24,4% para 18,0%).

A Região Sudeste teve a menor queda na taxa de analfabetismo das pessoas indígenas, que passou de 10,5% para 8,3%, e o Sul, a segunda menor, passando de 15,7% para 10,6%.

“Isso é reflexo do investimento na educação diferenciada de crianças, jovens e adultos indígenas, no período intercensitário, e a ampliação do pertencimento étnico-indígena fora das Terras Indígenas, quando comparado com 2010”, diz Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil