A trágica história de 8 vidas ceifadas pela covid de família no Amazonas
Em menos de um ano, a família Almada, de Parintins, perdeu a matriarca, cinco filhos, uma neta e um genro

Mariane Veiga
Publicado em: 31/03/2021 às 10:07 | Atualizado em: 31/03/2021 às 12:14
O pai, a avó, cinco tios e uma prima. Oito sepultamentos por Covid-19 de pessoas da mesma família foram vivenciados pela vendedora Rebeca Paulain Almada, 23, de Parintins, no Amazonas.
A família Almada perdeu sua matriarca, Jandira, 95, 5 dos 22 filhos que ela teve (Heloisa, 79, Heider Augusto, 76, Eduardo Jorge, 67, Gilberto, 61, e Zomar, 56), a neta e o genro de Jandira, Tereza Cristina, 40, e Eduardo Gomes, 57.
No dia 22 de junho do ano passado, morreu Tereza Cristina. A primeira perda ficou deslocada da série que viria em 2021.
Ela tinha apenas 40 anos e chegou a relatar na rede social o drama antes de morrer. “Pra complicar, pneumonia viral moderada e um agravante, tenho lúpus”.
Em janeiro deste ano, enquanto muitos parintinenses se aglomeravam nas ruas, Rebeca se via entre o hospital Jofre Cohen, o cemitério municipal São José e a transferência dos parentes graves para Manaus. “Eu não sabia o que fazer. Via o vale da sombra da morte na nossa casa.”
No dia 8 de janeiro, morreu Heloísa, no auge do contágio após o surgimento da variante P1. Uma semana depois a família perdeu Heider, em casa, onde montaram uma enfermaria.
Três filhos de Jandira e o cunhado morreram antes de sua partida, no dia 21 de fevereiro.
A luta de Rebeca, então, passou a ser a de salvar o tio Eduardo Jorge e o pai, Gilberto. No dia 2 de março, já exausta, Rebeca perdeu o quinto tio. Morre Eduardo.
O professor Gilberto, aos 61, intubado por complicações da Covid-19, sofreu um AVC no dia 14 e tornou-se a oitava vítima da família.
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