Ação federal destrói primeira pista de pouso clandestina em terra ianomâmi
Com a operação, as Forças Armadas, sob coordenação da Casa de Governo, calculam prejuízo que já soma R$ 209 milhões ao garimpo ilegal

Mariane Veiga
Publicado em: 21/09/2024 às 19:08 | Atualizado em: 21/09/2024 às 19:11
Utilizada para abastecer o garimpo ilegal, a primeira pista de pouso dentro da terra Indígena Ianomâmi foi destruída na última quarta-feira (18) em operação das Forças Armadas.
A ação realizada na região de Surucucu marca o início de mais um foco de trabalho do Governo Federal para combater o garimpo ilegal.
Com a demolição dessa infraestrutura, o governo busca interromper as principais rotas de abastecimento dos garimpeiros, dificultando o acesso às áreas remotas onde ocorrem atividades ilícitas.
Além dessa pista, outras 44 já foram destruídas, entre março e setembro desse ano, essas estavam localizadas ao redor da TIY.
O mapeamento dessas rotas clandestinas tem sido realizado por meio de sobrevoos de reconhecimento, imagens de satélite e tecnologia fornecida Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), que identifica as operações de mineração dentro do território.
O radar SABER M60, desenvolvido pelo Exército, também ajudou na identificação da localização dessa via de acesso ilegal.
Com base na análise das imagens e na coleta de dados de inteligência das Forças Armadas, as informações foram enviadas à Casa de Governo, que coordenou a operação em conjunto com os militares.
A destruição de pistas clandestinas é fundamental para desarticular a logística dos garimpeiros e desincentivar a abertura de novas áreas dentro e fora da Terra Yanomami.
“A destruição de pistas causa um impacto significativo na logística do garimpo”, afirmou o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino. Ele ressaltou que, sem essas rotas de acesso aéreo, os garimpeiros enfrentarão muito mais dificuldade para continuar suas atividades, o que pode desmotivá-los a permanecer na área indígena.
Monitoramento
O Governo Federal monitora outras pistas clandestinas e a expectativa é de que novas operações sejam realizadas em breve, como parte do plano de desintrusão da Terra Yanomami. O monitoramento contínuo, apoiado por tecnologias avançadas, é um dos pilares para o sucesso dessa estratégia.
Balanço
Entre março e setembro de 2024, o governo intensificou suas operações, causando prejuízos estimados em R$ 209 milhões aos garimpeiros. Nesse período, foram realizadas 1.812 operações, que resultaram na destruição de 20 aeronaves, 96 antenas Starlink, 45 pistas de pouso, 11 quadriciclos, 761 motores, 86.560 toneladas de cassiterita, 239 geradores, 298 acampamentos clandestinos e 93.854 litros de óleo diesel.
Com informações da Casa Civil
Foto: Bruno Mancinelle/Casa de Governo