AĂ§Ă£o final contra garimpeiros na terra ianomĂ¢mi terĂ¡ 3 mil militares

Estudo do MinistĂ©rio da Defesa para operaĂ§Ă£o definitiva jĂ¡ estĂ¡ em andamento

Cobertura especial mostra lições ancestrais dos indĂ­genas ianomĂ¢mis 

Publicado em: 06/02/2024 Ă s 13:08 | Atualizado em: 06/02/2024 Ă s 13:08

O comandante do ExĂ©rcito, general TomĂ¡s Paiva, determinou que a Força realize estudos para aumentar, de forma permanente, o efetivo militar na AmazĂ´nia em cerca de 3.000 militares.

O nĂºmero representaria um aumento de quase 10% de militares na regiĂ£o amazĂ´nica. Generais ouvidos pela Folha, porĂ©m, destacam que esse acrĂ©scimo precisa ser estudado detalhadamente e nĂ£o deve ser concretizado no curto prazo.

Militares elencam que hĂ¡ diversas dificuldades envolvidas no envio de oficiais e praças para o territĂ³rio, e o remanejamento serĂ¡ necessĂ¡rio porque o ExĂ©rcito segue um plano de reduĂ§Ă£o de efetivo atĂ© 2029.

A ordem de TomĂ¡s foi emitida internamente diante da crise envolvendo a Terra IndĂ­gena IanomĂ¢mi. Garimpeiros dominam a regiĂ£o, de difĂ­cil acesso e com baixa presença de servidores do Estado, e intensificam a crise humanitĂ¡ria dos ianomĂ¢mis, com impacto no acesso a alimentos e sucessivos surtos de malĂ¡ria.

Um dos principais problemas Ă© a desnutriĂ§Ă£o. A pesca fica inviabilizada na regiĂ£o com os rios contaminados pelo garimpo; sem peixe, a populaĂ§Ă£o indĂ­gena perde uma importante fonte de proteĂ­na.

Além de aumentar o efetivo, o Exército pretende instalar dois destacamentos na Amazônia nos leitos dos rios Uraricoera e Mucajaí.

Destacamentos sĂ£o como pelotões menores, um grupo separado de uma brigada para cumprir missĂ£o especĂ­fica. Neste caso, o plano da Força Ă© criar duas pistas de pouso de aviões prĂ³ximos dos rios, para facilitar a logĂ­stica de transporte de pessoal e suprimentos na regiĂ£o.

O ExĂ©rcito ainda pretende aumentar sua frota de helicĂ³pteros para utilizaĂ§Ă£o na AmazĂ´nia, mas militares alegam dificuldades orçamentĂ¡rias para isso.

O plano de aumentar a presença militar de forma permanente na AmazĂ´nia foi elaborado pelo ExĂ©rcito e apresentado ao MinistĂ©rio da Defesa. A pasta ainda recebeu sugestões da AeronĂ¡utica e da Marinha e enviou o documento com as propostas para a Casa Civil.

Leia mais na matéria de Cézar Feitoza na Folha de S. Paulo

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o