Alemanha condiciona volta do Fundo Amazônia à atuação contra queimadas
Criado em 2008, o Fundo Amazônia premia os esforços de redução do desmatamento

Ferreira Gabriel
Publicado em: 01/09/2020 às 07:58 | Atualizado em: 01/09/2020 às 07:58
Tanto o futuro do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul quanto a ressuscitação do Fundo Amazônia dependem de resultados concretos do governo brasileiro.
Em suma, isso ocorre apenas se o governo conseguir diminuir o desmatamento da Amazônia. Assim como deve conter os focos de queimadas.
A princípio, essas questões escalaram a agenda europeia com líderes e parlamentares pressionados pela opinião pública.
Em ambos os casos, o governo alemão reafirma seu desejo de avançar.
“Fizemos grandes esforços para chegar onde chegamos e conseguir um acordo político, que, na nossa visão, foi um grande sucesso”, diz Heiko Thoms, o novo embaixador da Alemanha, referindo-se ao acordo UE-Mercosul.
“Por outro lado, isso não acontece no vácuo. As notícias do Brasil e de outros países da região não passam despercebidas na Europa.”
Thoms, que entregou suas credenciais ao presidente Jair Bolsonaro há dez dias, diz que notícias sobre o desmatamento na Amazônia são cotidianas na imprensa na Alemanha. “Isso influencia as posições de parlamentares de todo o espectro político alemão.”
O futuro do Fundo Amazônia, paralisado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, há um ano e meio, segue rota similar.
No entanto, a estrutura de governança do fundo está em negociação com os países doadores. Por exemplo, Noruega e Alemanha, suspenderam repasses em 2019.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia premia os esforços de redução do desmatamento. A partir disso, os doadores aguardam ações concretas, números efetivos e um plano de longo prazo para conter o desmatamento.
“Temos que ver boa vontade e compromisso” segue o embaixador alemão. Antes de assumir o posto no Brasil, Thoms serviu como representante permanente adjunto da Alemanha na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas.
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