Amazonas é segundo em desmatamento na Amazônia de janeiro a abril

Apesar da redução, Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem como os estados com as maiores áreas derrubadas na região.

Desmatamento e queimadas matam 12% da Amazônia em quatro décadas

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 17/05/2023 às 22:53 | Atualizado em: 17/05/2023 às 23:09

Os satélites do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) registraram queda de 36% da taxa de desmatamento na Amazônia de janeiro e abril deste ano. Apesar da redução, Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem como os estados com as maiores áreas derrubadas na região.

De acordo com o Imazon, isso ainda não foi suficiente para tirar 2023 do pódio das maiores áreas desmatadas de janeiro a abril em 16 anos.

“De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso devastou 400 km² de floresta, Amazonas 272 km² e Pará 258 km², o que representa 33%, 23% e 21% do total na região. Ou seja: juntos, esses estados foram os responsáveis por 77% da floresta destruída no primeiro quadrimestre de 2023”, diz nota divulgada pelo Imazon nesta quarta-feira (17).

O Instituto informou que a taxa de desmatamento no Amazonas foi a maior em abril, com 92 km² de florestas derrubadas.

Desse total, 77 km² (84%) foram destruídos cinco municípios: Canutama, Lábrea, Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã.

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Os satélites do Imazon também detectaram que o estado teve a terra indígena mais desmatada da Amazônia, a Tenharim Marmelos (Gleba B), que fica nos municípios de Humaitá e Manicoré.

“Estamos reiteradamente alertando sobre o avanço do desmatamento no sul do Amazonas, na região de divisa com os estados do Acre e Rondônia, conhecida como Amacro, onde atualmente existe uma forte pressão pela expansão agropecuária”, alertou a pesquisadora do Instituto Bianca Santos.

Ele afirmou que são necessárias medidas urgentes de fiscalização e destinação de terras públicas no local para evitar novas derrubadas, “como infelizmente estamos vendo todos os meses”.

Roraima e Tocantins

Embora o desmatamento acumulado tenha apresentado queda na Amazônia, segundo o Imazon, Roraima e Tocantins tiveram alta em seus territórios.

E a situação mais crítica ocorreu em Roraima, onde a devastação passou de 63 km² de janeiro a abril de 2022 para 107 km² no mesmo período deste ano, uma alta de 73%.

Pressão que tem afetado tanto terras indígenas, como a Ianomâmi e a Manoá/Pium, como assentamentos roraimenses, como o Paredão, o Caxias e o Taboca, todos territórios entre os 10 mais desmatados em suas categorias em abril.

Já Tocantins apresentou um crescimento de 25% no desmatamento, passando de 4 km² de janeiro a abril de 2022 para 5 km² no mesmo período deste ano.

Foto: divulgação