Amazonas é 7º entre os que mais causaram queimadas no país

Pará registrou a maior área queimada, com 7,1 milhões de hectares, o que representa 24% do total nacional.

Amazonas é 7º entre os que mais causaram queimadas no país

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 26/06/2025 às 07:36 | Atualizado em: 26/06/2025 às 07:42

O Amazonas registrou áreas queimadas que somam 1,5 milhão de hectares no ano passado, equivalente a 1,5 milhão de campos de futebol. Em relação ao período, entre 1985 e 2024, são 14,4 milhões de hectares de territórios atingidos pelo fogo.

Os dados são do Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas divulgados nesta terça-feira (24).

Neles, o Amazonas (+339%) aparece apenas atrás de São Paulo (+936%) entre os que possuem maiores aumentos proporcionais em relação à média anual.

Paraná, Roraima e Rio de Janeiro também tiveram aumentos expressivos, com +236%, + 204% e +132%, respectivamente

De acordo com o MapBiomas, em 2024, a Amazônia registrou a maior área queimada de toda a série histórica iniciada em 1985 e foi, de longe, a região que mais queimou no país.

“O bioma apresentou aproximadamente 15,6 milhões de hectares queimados, um valor 117% superior à sua média histórica. Essa área correspondeu a 52% de toda área nacional afetada pelo fogo em 2024, tornando a Amazônia como o principal epicentro do fogo no Brasil no ano passado”, diz nota da entidade.

Ao lado da Amazônia, em 2024, e da Mata Atlântica, que teve a maior área afetada por fogo nas últimas quatro décadas, o Pantanal é destaque: teve 62% de seu território queimado pelo menos uma vez no período mapeado pelo MapBiomas Fogo.

Conforme o relatório, o Pará registrou a maior área queimada do país em 2024, com 7,1 milhões de hectares, o que representa 24% do total nacional e um aumento de 173% em relação à sua média anual.

O Mato Grosso apareceu em seguida, com 6,7 milhões de hectares, correspondendo a 22% do total nacional e um acréscimo de 62% frente à sua média histórica.

Leia mais

Amazônia: combate a incêndio na mata ganha reforço de R$ 32 milhões

Edição

“Essa primeira edição do RAF é uma ferramenta fundamental para apoiar políticas públicas e ações da gestão territorial do fogo”, diz Ane Alencar, diretora de Ciências do Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo.

Para ele, ao identificar os locais e períodos mais críticos da ocorrência do fogo, “o relatório permite apoiar o planejamento de medidas preventivas e direcionar de forma mais eficaz os esforços de combate aos incêndios.”

Os dados do MapBiomas Fogo são coletados a partir do mapeamento de cicatriz de fogo com imagens de satélite. Eles traçam o mais completo retrato da ação do fogo em todo o território brasileiro e expõem alguns padrões da ocorrência das queimadas e dos incêndios.

Foto: Kézia Ferreira/Ipaam