Amazonas e Pará fazem o tolo debate da fumaça

O fato é que hoje o Amazonas e o Pará aceleraram a destruição da Amazônia.

Amazonas e Pará fazem o tolo debate da fumaça

Ednilson Maciel

Publicado em: 07/11/2023 às 07:01 | Atualizado em: 07/11/2023 às 18:34

Ante ao estado de poluição das cidades da região provocada pela fumaça da destruição da floresta amazônica, uma tola discussão se estabelece.

Trata-se da troca de acusações entre Amazonas e Pará sobre quem polui mais.

De Manaus, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente afirma que na última semana a fumaça saiu do oeste do Pará.

De Belém, a reação: o Pará não tem confirmação de que a fumaça de Manaus é proveniente da região.

Ora, a questão não é essa. O fato é que hoje o Amazonas e o Pará aceleraram a destruição da Amazônia.

E não dá pra tapar o sol com peneira, até porque a fumaça não deixa mais aparecer o sol.
Em outubro, nos dois estados, os satélites do Inpe identificaram 15.236 focos. Desse total, 11.378 focos de calor foram registrados no Pará.

Isso é um absurdo, mas não menos absurdo do que os 3.858 encontrados no Amazonas, que tem como modelo de desenvolvimento a indústria sem chaminé do Polo Industrial da Zona Franca de Manaus.

Concordemos, então, que é hora do basta.

A discussão que se tem que fazer é como conter esse calor. A discussão é como identificar os destruidores. A discussão é como punir. E como recuperar o estrago feito.

Mas tão importante quanto atacar no varejo é Pará e Amazonas fazerem reflexões no atacado.

Esse atacado é de se questionar quais modelos de desenvolvimento regional estão sendo estimulados aqui. Seria a ocupação da Amazônia pela destruição?

Está na hora da intolerância.

Está na hora da inflexão. Do jeito que vai, está se caminhando para a mais racional desumanidade: a da autodestruição consciente.

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Foto: BNC Amazonas