Amazonas tem município há 75 dias sem perda de vida para coronavírus

Confira o levantamento realizado pelo BNC Amazonas com dados de todos os 61 municípios do interior do Estado até o dia 14 de abril

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Gabriel Ferreira, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 16/04/2021 às 04:00 | Atualizado em: 16/04/2021 às 14:08

Embora ainda sofrendo os prejuízos da segunda onda da covid (coronavírus), o Amazonas começa a respirar mais aliviado. Conforme levantamento do BNC Amazonas, dos 61 municípios, 23 estavam neste dia 14 sem óbito desde 31 de março. 

Há, ainda, outros dados que se destacam para corroborar esse alívio para os amazonenses.

O município de Canutama, por exemplo, estava nessa data há 75 dias sem óbito. O último caso, portanto, foi em 28 de janeiro.

Em um segundo grupo, o estudo do site aponta que 38 municípios não tiveram morte por covid até o último registro do boletim na quarta-feira (14).

Confira no mapa os municípios que compõem esses dois grupos:

Arte: Alex Fideles

Início de ano trágico

Trata-se de notícia alvissareira, considerando que nos primeiros 54 dias do ano, o estado teve mais vidas perdidas do que em todo 2020. Durante todo o ano passado, com a primeira onda da doença entre abril e maio, foram 5.265 óbitos. 

Agora, só entre janeiro e fevereiro, o estado teve 5.288 vítimas fatais. 

Em meio à tragédia, o Amazonas herdou um rastro de outros prejuízos além das vidas perdidas. 

Por exemplo, a falta de oxigênio para os pacientes internados. Por causa da omissão das autoridades da saúde, o Amazonas amargou mortes. 

Ademais, erros de controle do governo e de cuidados preventivos da população levaram a uma explosão de contaminações. Consequentemente, ao colapso da rede hospitalar de internações.

Como resultado, o governo federal foi obrigado pelo poder Judiciário a providenciar o suprimento do gás medicinal. Além disso, também teve de dar logística para transferir pacientes a outros estados.

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Anunciada terceira onda

Com a sensação de que o segundo pico da doença está passando, o Amazonas tenta se preparar para anunciado recrudescimento já no próximo mês.

É uma previsão feita por especialistas da saúde, alguns deles que acertaram o anúncio da segunda onda.

O Governo do Estado, por exemplo, já articula um novo plano de contingenciamento de ações. Ao mesmo tempo, estuda a evolução da epidemia para tomada de decisões quanto às medidas restritivas de aglomerações.

É o caso da volta às aulas presenciais, previstas inicialmente para maio.

Outra providência é a tentativa de avançar a vacinação. Depois de se destacar nacionalmente em primeiro lugar na aplicação, a queda na remessa de doses fez também o Amazonas despencar no ranking. 

E hoje, após três meses de vacinação, pouco mais de 12% da população está imunizada. Esse percentual representa mais de 4,2 milhões de habitantes. No entanto, estão só com a primeira dose. Com a segunda aplicação da vacina, nem 3%.

Dessa maneira, o estado acompanha o pífio desempenho do país na proteção contra a doença. O que, conforme os especialistas, só corrobora que a terceira onda é inevitável.

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Origem dos dados

Os números da pesquisa do BNC Amazonas são extraídos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). Este, portanto, é o órgão do Governo do Amazonas que controla os dados epidemiológicos da covid.

A classificação de cada município nos mapas é em ordem decrescente de dias sem óbito.

Há ainda outras informações, como total de óbitos, taxa de letalidade e mortos por 100 mil habitantes.

A FVS publica boletins diários, inclusive nos finais de semana.

Foto: Divulgação