Amazonas recebe 150 mil unidades da nova droga para tratar HIV/aids

No Brasil, foram distribuídas 5,6 milhões de unidades. O dolutegravir + lamivudina combina dois antirretrovirais em um comprimido

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 22/01/2024 às 18:12 | Atualizado em: 22/01/2024 às 18:19

O mais novo medicamento para o tratamento dos pacientes com HIV ou aids no Brasil já chegou ao Amazonas, nos demais estados e no Distrito Federal. De acordo com o Ministério da Saúde, foi concluída a distribuição de 5,6 milhões de unidades dos antirretrovirais dolutegravir 50mg + lamivudina 300mg em um único comprimido.

E para atender os quase 4,5 mil casos de HIV/Aids registrados nos últimos dois anos, por exemplo, os hospitais do Amazonas receberam 150 mil unidades do novo medicamento.

A distribuição da combinação de medicamentos é parte da estratégia da pasta para eliminar o HIV e a aids como problemas de saúde pública. Em 2023, o ministério ultrapassou o valor de R$ 1,8 bilhão investidos em medicamentos contra o vírus.

Dessa forma, o dolutegravir 50 mg + lamivudina 300 mg é resultado de uma aliança entre Farmanguinhos/Fiocruz e as empresas farmacêuticas ViiV Healthcare Company e GlaxoSmithKline.

Segundo o Ministério da Saúde, antes, o tratamento do HIV envolvia exclusivamente combinações de vários medicamentos de diferentes classes para suprimir efetivamente o vírus e retardar a progressão da doença. Com o novo remédio, os usuários ganham a possibilidade de utilizar um tratamento com uma única dose diária.

Os critérios para ampliar o público contemplado no novo modelo de tratamento poderão ser revistos em seis meses, observando, por exemplo, a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento em estoque na rede.

As orientações sobre o uso da terapia e de preenchimento do formulário de dispensação de antirretrovirais estão disponíveis em nota técnica no site do Ministério da Saúde.

HIV no Amazonas

No Amazonas, de 2022 a 2023, entre gestantes, crianças e adultos, foram registrados 4.392 casos de HIV/Aids, sendo 2.408, em 2022 (janeiro a dezembro), e 1.984 nos 12 meses de 2023.

De acordo com o boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), entre 2015 até o ano passado, cerca de 17 mil casos de HIV/Aids foram registrados do estado.

Em 2023, o mês com o maior número de casos foi março, com 221, e dezembro, o menor: 73.

Já os casos de HIV/Aids por provável modo de transmissão sexual, o maior número positivos ocorreu entre homens que fazem sexo com homens (hsh), 564. É seguido da transmissão em homens héteros, 404. Por outro lado, os casos entre mulheres héteros foi de 350.

Enquanto isso, os casos de transmissão por modo não sexual foi de 22 por droga injetável e 3 por acidente com material biológico.

Óbitos

Ainda segundo o boletim epidemiológico da FVS-AM, ocorreram 282 óbitos em 2023, com taxa de mortalidade de 6,6 mortes por 100 mil habitantes. Mas, nos últimos 17 anos (2006-2023), houve 4.866 óbitos por HIV ou Aids.

Desse modo, o ano de 2021 bateu o recorde com 353 óbitos com taxa de mortalidade de 8,3 por 100 mil/hab. No entanto, a maior taxa ocorreu em 2016: 8,7 mortes por 100 mil/hab com 348 óbitos por HIV/Aids.

Ainda em 2023, foram a óbito 93 pessoas do sexo masculino (33%), com idade entre 20 e 39 anos. Entre as mulheres, ocorreram 34 mortes nessa mesma faixa etária.

Quando se trata de mortes por raça/cor, as mortes em pessoas pardas, de 20 a 39 anos, lideraram: 103 óbitos (36,8%). Em seguida, os brancos: 21 mortes.

Municípios

Os dados da FVS também revelam que, em 2023, correram mortes por HIV/Aids em 24 dos 62 municípios do estado do Amazonas. Manaus lidera com 234 óbitos e taxa de mortalidade de 10,5 por 100 mil/hab.

No entanto, o município de Silves que, embora tenha tido somente uma morte no ano passado, obteve a maior taxa de mortalidade do estado: 10,8 por 100 mil/hab.

Os dados completos estão disponíveis no Painel Epidemiológico HIV/Aids do Amazonas, em: Portal FVS.

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