O Brasil registrou 22,38 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro de 2024, com a Amazônia liderando como o bioma mais atingido. De acordo com o Monitor do Fogo, divulgado pelo MapBiomas, somente em setembro, 10,65 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, quase metade do total registrado ao longo dos primeiros oito meses do ano.
A situação na Amazônia é alarmante. O bioma, que abriga uma das maiores biodiversidades do mundo e desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático global, sofreu com 11,3 milhões de hectares destruídos pelas chamas nos primeiros nove meses do ano, representando 51% do total nacional.
O agravamento da crise dos incêndios foi impulsionado por uma seca severa na região, consequência direta das mudanças climáticas intensificadas em 2024.
A gravidade da situação na Amazônia ficou ainda mais evidente em setembro, quando 5,5 milhões de hectares queimaram, sendo 2,8 milhões de florestas nativas.
A diretora de ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, destacou o impacto dessa seca severa e das mudanças climáticas na região, que, além de devastar a vegetação, também afeta as pastagens, com 1,8 milhão de hectares de áreas convertidas anteriormente queimados.
Outros biomas brasileiros em chamas
Além da Amazônia, o Cerrado foi outro bioma severamente atingido, com 8,4 milhões de hectares consumidos pelo fogo em 2024. O mês de setembro marcou o pico das queimadas no Cerrado, com 4,3 milhões de hectares destruídos, a maior área afetada dos últimos cinco anos para esse mês. A vegetação seca e vulnerável favoreceu a rápida propagação das chamas.
O Pantanal, por sua vez, observou o maior aumento proporcional de área queimada nos primeiros nove meses do ano, com um crescimento de 2.306% em relação à média dos últimos cinco anos.
Leia mais
Já a Mata Atlântica, embora menos afetada, ainda registrou 896 mil hectares queimados, principalmente em áreas agropecuárias.
A crise das queimadas de 2024 reflete não apenas os efeitos das mudanças climáticas, mas também a necessidade urgente de ações para preservar biomas essenciais como a Amazônia, que tem um papel crucial para o equilíbrio ambiental do Brasil e do mundo.
Leia mais na Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil