A Amazônia não poderia ficar de fora do 55ª edição do mais longevo evento cinematográfico do país que começou nessa segunda-feira (14) e vai até o próximo domingo, 20 de novembro. Ao menos três produções sobre a região estão no festival.
Desse modo, o festival apresenta mais de 40 títulos de todas as regiões brasileiras e com homenagem ao veterano realizador Jorge Bodanzky.
Com quase 1.200 filmes inscritos, a seleção oficial do 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é dividida entre longas e curtas das mostras competitiva nacional e Brasília.
Entre os filmes da mostra competitiva nacional está o longa-metragem “A invenção do outro”, de Bruno Jorge.
O documentário paulista-amazonense, de 144 minutos, acompanha a expedição humanitária do indigenista Bruno Pereira, na Amazônia, em busca da etnia isolada dos Korubos.
Em 5 de junho de 2022, Bruno Pereira e o jornalista britânico, Dom Phillips, foram assassinados durante uma viagem pelo Vale do Javari.
Esta é a segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo-oeste do Amazonas.
Expedição Amazônia
Em 2019, a Funai realizou na Amazônia a maior expedição das últimas décadas para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos.
O filme mostra o estado de vulnerabilidade desse povo e ainda promove um delicado reencontro com parte da família já contactada poucos anos antes.
No elenco, Bruno Pereira, Bernardo Natividade, Takvan Vakwë Korubo, Xuxu Korubo, Lucas Albertoni e Jair Candor.
O roteiro, direção de fotografia e montagem é de Bruno Jorge. Já a trilha sonora é feita por Bruno Palazzo, assim como o som, em conjunto com o diretor.
Dessa forma, o documentário “A invenção do outro” terá exibição no dia 19 de novembro às 20h30 no cine Brasília.
O indigenista Bruno Pereira (à esq) na expedição com os indígenas isolados da etnia Korubo em 2019. Foto: divulgação FBCB
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Trans indígena
Além dos longas, curtas e sessões hors-concours, a 55ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) terá duas mostras paralelas.
Entre as exibições, está outra produção amazônida: “Uýra – A retomada da floresta” (AM), de Juliana Curi.
Uýra, uma artista trans indígena, viaja pela floresta amazônica em uma jornada de autodescoberta usando arte performática e mensagens ancestrais para ensinar jovens indígenas e enfrentar o racismo estrutural e a transfobia no Brasil.
No elenco estão Uýra Sodoma e Zahy Guajajara. O roteiro é Juliana Curi e Martina Sönksen. Direção de fotografia, Thiago Moraes; direção de arte: Francisco Ricardo Lima Caetano.
A trilha sonora é Nascuy Linares, Jam da Silva e Josyara. Montagem, Lívia Cheibub, Lucas Camargo de Barros, Renan Cipriano e o som, Som: C-Afrobrasil, Input – Arte Sonora.
Assim, “Uýra – A retomada da floresta” (AM) será exibido no dia 17 de novembro, às 16h, no Cine Brasília.
Assista ao trailer do filme do Amazonas
Homenagem
Além disso, este ano, o festival de Brasília homenageia o diretor Jorge Bodanzky, que tem entre um dos seus fimes “Amazônia, a nova Minamata (SC)”.
O filme será exibido no Cine Brasília no dia 18 de novembro, próxima sexta-feira, às 14h.
Dessa forma, o documentário de Jorge Bodanzky (76 minutos) acompanha a saga do povo Munduruku.
Essa luta indígena é para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral.
Ao mesmo tempo, revela como a doença de minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça os habitantes de toda a Amazônia hoje.
No elenco, Alessandra Korap Munduruku e Erik Jennings. O roteiro é de Nuno Godolphim e Tiago Carvalho.
Já a direção de fotografia é de Paulo Gambale Maká. Montagem, Bruna Callegari, som de Marcelo Pellegrini e Ricardo Zollner e ainda a trilha sonora feita por David Maranha.
Exibições presenciais
Quem promove o Festival de Brasília é a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e a OSC Amigos do Futuro.
Portanto, a edição 2022 foca no retorno ao ambiente de exibições presenciais e na reconstrução de políticas do audiovisual brasileiro.
Este ano, o festival está procurando ampliar a janela de filmes em competição e mantendo a marca histórica de 6 longas e 12 curtas nacionais.
Dessa maneira, os filmes competem por quase 30 troféus Candango, em sessões sempre às 20h30.
Por fim, toda a programação do 55º FBCB está no site www.festcinebrasilia.com.br
Foto: reprodução