Amazônia: Manaus sedia final da disputa do XPrize Rainforest
A equipe de pesquisadores e cientistas vencedora leva um prêmio de de US$10 milhões

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/07/2024 às 23:57 | Atualizado em: 04/07/2024 às 00:09
O governador do Amazonas, Wilson Lima, abriu neste dia 3 de julho, em Manaus, a final da XPrize Rainforest Florestas Tropicais. Trata-se de uma competição mundial para estimular equipes de pesquisadores e cientistas a desenvolver tecnologias para a avaliação da biodiversidade.
Conforme os propósitos do evento, o objetivo é melhorar a compreensão dos ecossistemas das florestas tropicais no mundo.
“Estamos felizes de poder ter a final de um prêmio como esse, que tem o objetivo de apresentar soluções, inovações, propostas para resolver problemas que temos na Amazônia, mas, sobretudo, para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas”, disse Lima, em evento no Teatro Amazonas.
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Os finalistas
Na final estão seis equipes do Brasil, Suíça, Estados Unidos e Espanha, conforme abaixo:
- Brazilian Team, Brasil – drones, arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental (eDNA) para avaliação.
- ETH BiodivX, Suíça – drones patenteados e modificados usados para coletar amostras digitais e físicas que podem ser analisadas usando a tecnologia de “backpack lab” combinando IA inovadora, ciência cidadã e DNA de campo para análise remota econômica.
- Map of Life, EUA – veículos aéreos não tripulados (UAVs) equipados com captura de imagem de alta resolução e sensores acústicos que transmitem dados para um painel baseado em nuvem.
- Providence Plus, Espanha – grandes sensores implantados por drones projetados para produzir dados ricos em vários níveis de cobertura que, de outra forma, seriam difíceis de acessar.
- Limelight Rainforest, EUA – novas armadilhas de captura de insetos e sensores bioacústicos inovadores para serem implantados e recuperados via drone.
- Welcome to the Jungle, EUA – drones com sensores bioacústicos e de imagens personalizados para deixar para trás apenas material orgânico nativo da floresta após a recuperação.
A competição entrou na reta final após quatro anos de trabalho envolvendo 300 grupos de cientistas de 70 países.
Na primeira fase, realizada em Singapura, na Ásia, em junho de 2022, foram selecionadas seis equipes, entre elas uma brasileira: o Brazillian Team, de Piracicaba (SP).
Esse time desenvolveu tecnologia envolvendo drones, arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental para avaliação.
“É uma felicidade muito grande para o Alana poder patrocinar um prêmio como esse e trazer a final para o coração da Amazônia, aqui em Manaus. Agradecemos muito ao Governo do Amazonas, que abriu as portas do estado para receber uma competição global, que na verdade não é uma competição, é uma colaboração entre cientistas, pesquisadores, ativistas do mundo inteiro, para conseguir desenvolver tecnologias para mapear a biodiversidade de florestas tropicais”, disse o CEO e diretor de políticas e direitos das crianças do Alana, Pedro Hartung.
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Campo de provas
Os times finalistas vão atuar na comunidade do Tumbira, na reserva de desenvolvimento sustentável do rio Negro, entre 7 e 30 de julho.
Na tarefa, eles devem ser capazes de pesquisar 100 hectares de floresta amazônica em 24 horas, e relatar importantes dados sobre a biodiversidade em tempo real, em até 48 horas.
As equipes vão adentrar uma mesma área delimitada com suas tecnologias, que incluem drones com sensores bio acústicos, uso de robótica terrestre, inteligência artificial, entre outros, para mostrar o uso efetivo de suas invenções.
Os levantamentos feitos pelas equipes vão beneficiar o Brasil e países na América Latina, África e Ásia, que também possuem florestas tropicais.
Foto: Alex Pazuello/Secom