Amazônia: na surdina, tráfico retira centenas de toneladas de cassiterita

Minério tem grande valor no mercado de extração e beneficiamento, por isso apelidado de “ouro negro”

Mariane Veiga

Publicado em: 09/05/2023 às 07:31 | Atualizado em: 09/05/2023 às 07:42

Um crime silencioso atualmente registrado com maior frequência pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) é o do transporte irregular de cassiterita, minério pouco conhecido, mas de grande valor no mercado de extração e beneficiamento, por isso apelidado de “ouro negro”.

Nos primeiros três meses deste ano, a PRF já apreendeu cerca de 50 toneladas do material.

Muitas vezes extraída ilegalmente das reservas, inclusive as localizadas em terras indígenas, a cassiterita é a principal fonte de obtenção do estanho, metal nobre cujo preço da tonelada no mercado internacional superou US$ 40 mil (quarenta mil dólares americanos) no início do ano passado e que possui grande variedade de aplicações.

Dada a variedade de utilizações, o estanho, elemento que compõe a cassiterita, tem alto valor agregado, o que fez o minério se tornar alvo preferencial de garimpeiros, mesmo em áreas onde a extração não é permitida, como no território ianomâmi.

Nesse local, a PRF atuou recentemente em parceria com o Ibama (na destruição de equipamentos e acampamentos de garimpos ilegais) e com o IBGE (em apoio na realização do Censo 2022).

O valor do quilo da cassiterita com 60% de estanho, no mercado interno, é, em média, de R$ 52,00 (cinquenta e dois reais).

Já o do estanho, no principal mercado de negociação e formação de preços preferido para metais industriais do mundo, é em torno de US$ 24 mil.

Para efeito de comparação, nesse mesmo mercado de referência, o estanho chega a ter o triplo do valor do cobre e 10 vezes o valor do alumínio ou do chumbo.

As informações são da PRF.

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Foto: Divulgação/PRF