Amazônia tem em setembro mais queimadas que em 2021 

A Amazônia foi o bioma com maior aumento de área queimada em relação ao mesmo mês de 2021. 

De acordo com o monitor do fogo, foi 1 milhão de hectares a mais que setembro do ano passado. 

Dessa forma, a taxa de queimada da Amazônia, em setembro de 2022, representa aumento de 71% do período anterior. 

Mas, em todo o país, no mês passado, as queimadas consumiram 5.825.520 hectares. 

Essa área representa 50% de tudo que foi queimado nos nove primeiros meses de 2022.  

Os dados são do mais recente relatório do monitor do fogo do Mapbiomas.  

O bioma com maior extensão queimada, em setembro, foi o Cerrado: 2.973.443 hectares queimados. 

Esse número representa 13% a mais que no mesmo mês de 2021.  

Comparação agosto 

Na comparação com agosto deste ano, o aumento foi de 52%, no caso da Amazônia, e de 149%, no Cerrado.  

Com estes números, o Brasil acumulou um total de 11.749.938 hectares queimados entre janeiro e setembro deste ano. 

Nesse caso, esse volume de queimada representa uma área maior que todo o Estado de Pernambuco.  

Sendo assim, a área queimada este ano é similar a que foi afetada pelo fogo no mesmo período de 2021, um aumento de 1%.  

Variações nos números 

Na avaliação dos analistas do Mapbiomas, por trás dessa aparente estabilidade de um ano para outro há grandes variações.  

Segundo eles, houve um crescimento na área queimada de 40% na Amazônia ou mais de 1,6 milhão de hectares. 

Já na região do Pampa, o aumento foi de 1500%, total de 27.317 hectares.  

“Praticamente, metade das queimadas entre janeiro e setembro deste ano (49%, ou 5.797.298 ha) ocorreu no bioma Amazônia.  

Porém, a situação do Cerrado se mostra mais preocupante.  

Embora tenha a metade do tamanho da Amazônia, o bioma ficou bem perto dos números amazônicos (46%, ou 5.408.154 ha).  

Juntos, eles somam 95% da área queimada no Brasil até setembro de 2022”, afirma o relatório do monitor do fogo.  

Estados recordistas  

Todos os estados recordistas em queimadas ficam em fronteiras agropecuárias. 

Assim sendo, o Mato Grosso foi o estado que mais queimou nos primeiros 9 meses de 2022, concentrando quase ¼ do que foi queimado no Brasil nesse período.  

Os Estados do Pará e Tocantins ocupam o segundo e o terceiro da posição no ranking.  

Juntos, esses três estados representaram 57% da área queimada total afetada no período.  

Mas quando se considera apenas o bioma Cerrado, os estados que mais queimaram entre janeiro e setembro de 2022 são Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.  

Munícipios ‘queimadores’ 

Todos os municípios recordistas em queimadas ficam na Amazônia. 

Entre os maiores “queimadores” estão os municípios do Estado do Pará: São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso.  

Juntos, eles foram responsáveis pela queima de 1.052.700 de ha, ou 9% do total nacional.  

O crescimento em relação a 2021 foi de 158%.  

Naquele ano, os municípios paraenses queimaram juntos 407.212 hectares.  

“Se considerarmos apenas setembro de 2022, os municípios de São Félix do Xingu e Altamira permanecem como os que tiveram maior área queimada.  

Esses números refletem o avanço do desmatamento, que tem no oeste do Pará uma das suas fronteiras mais ativas”. 

A explicação é da coordenadora do Mapbiomas Fogo e diretora de ciência do Instituto de Proteção da Amazônia (Ipam), Ane Alencar.  

Redução no Pantanal 

Enquanto Amazônia, Cerrado e Pampa tiveram aumento, o Pantanal apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos. 

As queimadas na região pantaneira tiveram 83% de redução na comparação do período entre janeiro e setembro de 2022 com o ano anterior. 

Foto: Haron Xaud/Mapbiomas/reprodução de vídeo