Apesar da seca histórica, portos do AM movimentaram 32 milhões de toneladas
Dentre as 129 instalações portuárias do Estado, o Terminal Graneleiro Hermasa, em Itacoatiara, movimentou 11,4 milhões/t, alta de 13,77%

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 14/02/2024 às 18:03 | Atualizado em: 15/02/2024 às 12:04
É de domínio público que o segundo semestre de 2023 registrou seca intensa e história na Amazônia, causando prejuízos incalculáveis em todos os setores da vida e da economia da região.
Desse modo, entre agosto e novembro do ano passado, a queda na movimentação de mercadorias e contêineres na região amazônica foi expressiva e a retomada se deu a partir de novembro, com a volta do esquema de chuvas.
A conclusão é da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em seu relatório de desempenho de 2023.
Mas, apesar do impacto da seca, a navegação interior apresentou crescimento de mais de 10%, principalmente em razão do escoamento de soja no primeiro semestre do ano.
Segundo a Antaq entre janeiro e dezembro de 2023, o setor aquaviário brasileiro movimentou 1,303 bilhão de toneladas. Sendo esta a maior movimentação registrada na série histórica e representa crescimento de 6,9% em relação a 2022.
No caso do Estado do Amazonas, essa movimentação de cargas ficou em 32 milhões de toneladas (alta de 3,54% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, houve queda significativa no granel líquido, com -27,91% de redução.
Dentre os 129 terminais portuários amazonenses (públicos, privados, capital e interior), no ano da seca extrema, a empresa Terminais Fluviais do Brasil, em Itacoatiara, com 3 milhões de toneladas, teve queda expressiva de -32,2%.
No mesmo município, o Terminal Portuário Novo Remanso, segundo a Antaq, teve traço ou 0% na movimentação de carga, com apenas 2 milhões de toneladas no período de apuração.
Queda expressiva também ocorreu no Terminal Aquaviário de Manaus, localizado na refinaria Isaac Sabbá. Com movimentação de 2 milhões de toneladas, o percentual de queda foi de -48%.
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Movimentação positiva
Por outro lado, o Terminal Graneleiro Hermasa, em Itacoatiara, movimentou 11,4 milhões/t (dos 32 milhões de toneladas de todo o Estado). Lá, o crescimento foi de 13,77% apesar da seca.
Assim como o Porto Chibatão, em Manaus, a segunda maior movimentação de carga do Estado (6 milhões de toneladas), teve crescimento baixo: R$ 1,46% em relação a 2022.
Portos do interior
Já o Terminal Aquáviário Solimões, em Coari, movimentou 1 milhão de toneladas e a Ciagram Portos e Navegação da Amazônia, em Humaitá, teve uma movimentação de 400 mil toneladas de cargas.
Os 129 portos do Estado do Amazonas, segundo a Antaq, têm investimentos previstos de R$ 1,97 bilhão, sendo que os 60, localizados em Manaus, movimentam R$ 1,03 bilhão. Outros 5 portos privados, de Itacoatiara, têm investimentos de R$ 679,5 milhões.
Mercadorias
Segundo o relatório do desempenho aquaviário 2023, da Antaq, o movimento das principais mercadorias nos portos do Amazonas ficou assim:
- • soja – 9 milhões de toneladas;
- • contêineres – 7 milhões/t;
- • petróleo e derivados – 5 milhões/t;
- • milho – 4 milhões/t;
- • semirreboque baú – 1 milhão de toneladas.
Arco Norte
A movimentação aquaviária de soja e milho do Arco Norte do país superou a do restante do país. De acordo com os dados do Estatístico Aquaviário da ANTAQ, a movimentação dos portos e terminais do arco norte foi de 100,8 milhões de toneladas em 2023, contra 88,5 milhões de toneladas no ano anterior.
Já a movimentação do restante do Brasil, abaixo do paralelo 16°S, alcançou a marca de 100,2 milhões de toneladas movimentadas, contra 73,4 milhões em 2022.
O Arco Norte tem se tornado uma alternativa fundamental para o escoamento da produção de soja e milho do país, duas mercadorias que, nos últimos 13 anos, viram suas exportações triplicar e quintuplicar, respectivamente, tornando o Brasil o maior exportador dessas commodities. O Brasil responde, hoje, por 58% das exportações mundiais de soja e 27% das exportações de milho, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), diz o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery.
Leia a íntegra do Painel Estatístico Aquaviário 2023.
Foto: reprodução/Grupo Maggi