Arrecadação federal de maio é a melhor desde a reeleição de Dilma

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 24/06/2019 às 17:39 | Atualizado em: 24/06/2019 às 17:39

O governo federal arrecadou no mês de maio R$ 113,278 bilhões a mais do que todos os maios desde a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014, quando a arrecadação ultrapassou R$ 116 bilhões.

A informação publicada, nesta segunda-feira (24), na Agência Brasil, foi fornecida pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Economia (SRF).

Houve aumento real (descontada a inflação) de 1,92%, na comparação com o mesmo mês de 2018 (na foto, o movimento da arrecadação federal no Impostômetro em São Paulo por volta das 17h de hoje, dia 24).

Esse foi o maior resultado para o mês de maio desde 2014, quando a arrecadação ultrapassou R$ 116 bi.

No acumulado do ano (de janeiro a maio), as receitas federais totalizaram uma arrecadação de R$ 637,649 bilhões, um aumento real de 1,28% em relação ao mesmo período de 2018, quando haviam sido arrecadados R$ 603,400 bilhões.

Entre os setores da economia, contribuíram para o aumento na arrecadação a venda de bens e de serviços, que cresceram 2,35% e 0,93%, respectivamente, nos cinco primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Já a arrecadação vinculada à produção industrial acumula queda de 2,05% nos cinco primeiros meses de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018.

Em maio, as receitas administradas por outros órgãos (principalmente royalties do petróleo) totalizaram R$ 2,535 bilhões.

As receitas administradas pela SRF (como impostos e contribuições) chegaram a R$ 110,753 bilhões, uma variação real de 1,84% em relação a abril do ano passado.

 

Destaques

Entre os fatores que contribuíram para a arrecadação federal em maio estão o Imposto de Renda e a contribuição social sobre o lucro das empresas, que cresceram, em termos reais (descontada a inflação), um total de 5,77% em relação a maio do ano passado.

“Como a arrecadação do Imposto de Renda é bastante expressiva na participação da arrecadação total, esse valor de 5,77% ajuda a explicar um pouco esse balanço positivo de 1,84% que nós tivemos de resultado final das receitas administradas pela Receita”, explica o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias.

Segundo a Receita Federal, a arrecadação do Imposto de Renda retido na fonte sobre rendimentos de capital, devido aos resgates de aplicações em renda fixa e em fundos de renda fixa, cresceu 23,47% no mês de maio na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) que incide sobre importação de bens também registrou crescimento expressivo em maio, de 9,61%, na comparação com o mesmo período de 2018.

Por outro lado, o mês de maio de 2019 registrou redução, em relação ao mesmo período de 2018, do montante recolhido a título de Parcelamentos Especiais de dívidas tributárias e também dos impostos PIS/Cofins e Cide sobre óleo diesel, nesse último caso por causa da redução tributária concedida pelo governo no acordo com os caminhoneiros, após a greve da categoria no ano passado.

O resultado da arrecadação do governo é importante porque interfere no cumprimento da meta fiscal. Em 2019, o governo prevê um déficit de até R$ 139 bilhões.

 

Foto: Divulgação/ACSP