Em vingança, viaturas do ICMBio são incendiadas no interior do Amazonas
Uma equipe de fiscais do ICMBio e agentes da Força Nacional foi emboscada e atacada enquanto realizava uma operação de fiscalização contra o desmatamento na Floresta Nacional de Aripuanã, próximo ao distrito de Santo Antônio do Matupi, resultando em danos materiais e apreensões, mas felizmente sem feridos.

Diamantino Junior
Publicado em: 30/09/2023 às 12:25 | Atualizado em: 30/09/2023 às 12:25
Um ataque violento atingiu fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e agentes da Força Nacional enquanto conduziam uma operação de fiscalização contra o desmatamento na Floresta Nacional de Aripuanã, situada nas proximidades do distrito de Santo Antônio do Matupi, no Sul do Amazonas. O incidente ocorreu na tarde de quinta-feira (28/9) e, por sorte, não causou ferimentos às equipes envolvidas.
As informações são do portal g1.
De acordo com o ICMBio, a fiscalização tinha como objetivo verificar uma área de desmatamento de aproximadamente 762 hectares, que havia sido detectada pelo sistema DETER, responsável por alertas de fiscalização e controle de degradação florestal.
Durante a operação, foram encontrados 550m³ de madeira ilegal em tora, bem como armas, equipamentos e veículos utilizados no desmatamento ilegal.
Todos os equipamentos foram apreendidos ou destruídos, e quatro infratores foram identificados e multados em R$ 7,6 milhões.
Conforme relatos de testemunhas à Rede Amazônica, como retaliação à ação, os fiscais do ICMBio foram emboscados.
Homens derrubaram árvores, cercaram as viaturas dos fiscais e atearam fogo aos veículos.
Áudios obtidos pela Rede Amazônica mostram indivíduos incentivando o ataque e planejando a ação.
Os agressores também bloquearam a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica. Os fiscais foram posteriormente resgatados pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM).
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Santo Antônio do Matupi, um distrito de Manicoré, é uma região historicamente marcada por conflitos relacionados a disputas territoriais e desmatamento.
Em 2011, um produtor rural do distrito foi assassinado após tentar mediar uma reunião para resolver questões fundiárias na área.
Naquela época, Santo Antônio do Matupi estava sob intensa vigilância por parte das forças de segurança federais.
Dois anos mais tarde, em 2013, ocorreram três homicídios na região.
Seis indígenas foram denunciados pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por homicídio qualificado, alegando-se que as vítimas foram mortas como represália pela morte de um cacique.
A região continua enfrentando desafios relacionados à preservação ambiental, disputas territoriais e violência.
Foto: Miguel Monteiro/ICMBio