Bacia do rio Solimões é terceira do país em petróleo e gás natural

Região petrolífera do Amazonas produziu quase 100 mil barris de petróleo e gás ao dia neste primeiro trimestre

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 24/05/2024 às 18:49 | Atualizado em: 24/05/2024 às 20:34

A bacia petrolífera do rio Solimões, no estado do Amazonas, obteve a terceira maior média na produção de óleo e gás no primeiro trimestre do ano.

Ela abriga a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil. Hoje, entre os 30 poços de petróleo e gás em terra com maior produção, 20 estão lá.

É nesta bacia que está localizada a província petrolífera de Urucu, marco na atividade exploratória na região Amazônica. A região está próxima ao rio de mesmo nome, no município de Coari, a 650 quilômetros da capital.

Desse modo, a bacia amazonense produziu aproximadamente 98,6 mil barris/dia de petróleo e gás natural nos três primeiros meses. Isso corresponde a 2,1% de toda a produção brasileira.

Do volume produzido, a quantidade de barril/dia de petróleo chegou a 11,6% e 88,4% de gás natural.

Por conta disso, o Amazonas é o segundo estado brasileiro em produção de gás, correspondendo a 9,3% do volume total, ficando o Rio de Janeiro na primeira posição, com 74,1%. O terceiro estado maior produtor de gás é São Paulo: 7,5%.

Esses dados da produção de petróleo e gás no Brasil, no primeiro trimestre de 2024, foram divulgados nesta semana pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

As informações são com base nos dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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Produção nacional

De acordo com o Ineep, a produção média de petróleo no primeiro trimestre foi de 3,44 milhões barris/dia.

Esse volume representa uma redução de 4,5% em comparação com o último trimestre de 2023. Ao mesmo tempo, registra um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já a produção de gás natural atingiu uma média de 148,5 milhões de metros cúbicos/dia, 4,3% maior do que a produção média observada em 2023, período em que a produção foi de 142,77 milhões.

“Assim como ocorreu com a produção de petróleo, a produção de gás natural vem apresentando tendência gradual de queda nos últimos quatro meses”, afirmam os analistas do instituto.

Neste ano, do total de gás natural produzido, 31,6% foram disponibilizados ao mercado, isto é, comercializados.

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Bacias produtoras

Pelos dados do Ineep e ANP, a bacia de Santos – abrange os litorais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina – destacou-se como a principal região produtora de óleo e gás do país, responsável por 74,9% da produção nacional, totalizando uma média de 3,28 milhões de barris/dia.

Em seguida, a bacia de Campos – Espírito Santo, nas imediações de Vitória, até Arraial do Cabo, litoral norte do Rio de Janeiro – registrou a segunda maior produção média do Brasil, alcançando 855,2 mil barris/dia.

A terceira maior produtora é a bacia do Solimões.

A bacia Potiguar, que se estende do Rio Grande do Norte ao Ceará, apresentou uma média de produção de 41,3 mil barris/dia, ocupando o quarto lugar.

Por sua vez, a bacia do Recôncavo, localizada na porção leste do estado da Bahia, registrou uma produção média de 36,2 mil barris/dia no mesmo período.

Já a bacia do Espírito Santo produziu, em média, 22,2 mil barris/dia, enquanto as demais bacias produziram em conjunto 34,6 mil.

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Exportação x importação

O Brasil exportou em média 1,79 milhão de barris de petróleo por dia neste primeiro trimestre.

Esse volume foi 17,3% maior que o verificado no mesmo período do ano anterior.

Considerando a produção média do trimestre, que totalizou 3,44 milhões de barris/dia, nota-se que aproximadamente 53,3% do petróleo produzido no Brasil foi destinado à exportação.

Os principais destinos das exportações brasileiras de petróleo foram a China, que recebeu em média 45,9% do volume total exportado, seguido dos Estados Unidos, com 16,8% do total e, em terceiro lugar, a Espanha, com 7,4% das exportações.

Ao mesmo tempo que exportou 1,79 milhão de barris/dia, o Brasil importou, em média, aproximadamente 270 mil barris/dia no trimestre.

Isso significou uma redução de 15,1% das importações em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Do total de petróleo importado, 24,6% foram provenientes da Arábia Saudita, 18,1% dos Estados Unidos e 12,4% da Guiana.

*Com informações do Ineep.

Foto: Agência Petrobras/Geraldo Falcão