Bloqueio de verbas do MEC vai deixar Ufam sem pagar água e luz
Estudantes de pós-graduação mobilizam ato contra o bloqueio. Cerca de 300 pesquisadores bolsistas serão prejudicados

Ferreira Gabriel, gabriel Ferreira do BNC Amazonas
Publicado em: 08/12/2022 às 09:38 | Atualizado em: 08/12/2022 às 09:48
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) informou em nota, nesta quarta-feira (7), que o bloqueio de verbas feito pelo Ministério da Educação (MEC), impede o pagamento de serviços básicos da instituição.
Por exemplo, a universidade vai ficar sem pagar as contas de água, luz, telefonia e contratos de terceirizados, além de bolsas de ensino, pesquisa e extensão para os estudantes e diárias para atividades acadêmicas.
Com o bloqueio a Ufam vai ficar sem R$ 6,2 milhões para execução de recursos.
De acordo com a universidade, houve uma redução de R$ 13.582.419,02 no orçamento deste ano que devido cortes realizados em junho e novembro. Dessa forma, caso seja mantido o decreto, o impacto no orçamento de 2023 será bastante negativo, com previsão atual de 20% a menos do que de 2022.
Ainda em nota, a Ufam escreve que empreende todos os esforços junto ao MEC, com vistas a minimizar os impactos e propor soluções para recomposição do orçamento e liberação dos recursos financeiros.
Confira a nota na íntegra:

Ato contra o bloqueio de verbas
A Associação Nacional de Pós-graduandos e União Nacional Estudantil (Une) mobilizam ato no dia 12 às 15h em frente a Ufam, na avenida Rodrigo Otávio, Coroado I, zona leste de Manaus.
Priscila Duarte, diretora de Ciência e Tecnologia da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e doutoranda em Química pela Ufam, disse ao BNC Amazonas que o bloqueio das verbas afeta diretamente pesquisadores bolsistas da Capes de todo país. Portanto, somente na Ufam são 300 estudantes de mestrados e doutorado prejudicados, sendo 30% das bolsas correspondentes de pesquisa no Amazonas.
De acordo com Priscila Duarte, além do bloqueio de verbas, as bolsas Capes estão defasadas sem reajuste há 9 anos. O valor para estudante de mestrado é de R$ 1500 e doutorado R$2.200. A doutoranda em Química relatou que isso “vem deixando os pós-graduandos em situações de vulnerabilidades há muito tempo”.
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