O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ) e a Eneva – maior operadora privada de gás natural em terra do Brasil – anunciaram parceria para fazer recuperação florestal em quatro unidades de conservação do Amazonas.
O esforço conjunto inclui a restauração ecológica de 400 hectares de áreas degradadas, o que equivale a 560 campos de futebol, com um investimento superior a R$ 10 milhões.
As ações se concentram na área de proteção ambiental Margem Esquerda do Rio Negro – setor Tarumã Açu e Tarumã Mirim – e nas reservas de desenvolvimento sustentável do Uatumã, Puranga Conquista e Tupé.
Por meio da iniciativa Floresta Viva, que tem o Fundo Nacional para a Biodiversidade (Funbio) como parceiro gestor e executor, são dois projetos que envolvem o plantio de espécies nativas e a implantação de sistemas agroflorestais.
Coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), o projeto “Restauração ecológica produtiva: promovendo uma paisagem sustentável na Amazônia” será desenvolvido em três unidades de conservação da região de Manaus e dos municípios de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã.
Dessa forma, atuará na restauração da floresta por meio de sistemas agroflorestais, conciliando o plantio de espécies agrícolas e nativas em 200 hectares.
O projeto deverá produzir e plantar aproximadamente 66 mil mudas. Além de instalar viveiros comunitários, o projeto pretende aperfeiçoar viveiros existentes e realizar cursos de capacitação nas comunidades.
“O propósito é fomentar a cadeia da restauração como um instrumento de mudança do modelo de ocupação da terra, com geração de renda e valorização da alta biodiversidade existente na região”, disse o diretor técnico do Idesam e coordenador do projeto, André Viana.
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Reflora
Já o projeto Reflora, liderado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), vai implementar a restauração em 200 hectares na reserva de desenvolvimento sustentável Puranga Conquista, no rio Negro, em Manaus.
Na área, será criada a rede de coletores de sementes, bem como outras práticas de desenvolvimento de sistemas agroflorestais para diversificar produtos extraídos ou cultivados na floresta.
“O projeto busca impactar diretamente a segurança hídrica e a alimentação dos atores locais, fortalecendo as ações que aliam conservação e desenvolvimento regional”, disse o coordenador do projeto, Paulo Ferro, que é engenheiro florestal do Ipê.
Selecionados por edital, os projetos têm prazo de execução de até 48 meses e estão alinhados com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) das Nações Unidas.
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Equilíbrio do clima
De acordo com a diretora-executiva de Estratégia e ESG da Eneva, Flavia Heller, os projetos selecionados se inserem no compromisso da empresa em contribuir para a conservação e recuperação do bioma da Amazônia em áreas degradadas.
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destaca que o banco já aprovou oito projetos do Floresta Viva para ações de recuperação em restingas e manguezais, com investimentos de mais de R$ 47 milhões.
Para o superintendente de programas do Funbio, Manoel Serrão, o trabalho em parceria com a Eneva e o BNDES vai gerar resultados no médio e longo prazos e contribuirá com o equilíbrio do clima e com a melhoria da qualidade de vida dessas comunidades envolvidas.
Foto: Lucas Silva/ Secom