Amazônia: estiagem acaba com pastos e mais de 6 mil bois morrem em Roraima

Roraima registrou a morte de 6.734 bois devido à falta de pastagem em propriedades atingidas pela estiagem, levando o governo a decretar situação de emergência nesta quinta-feira (20/6) em Boa Vista. A estimativa é que ao menos 48 mil hectares de pasto tenham sido perdidos no estado.

Entre os municípios afetados pela falta de alimento para o gado estão Amajari, Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã.

Mucajaí é o município mais atingido, com mais de 50 mil hectares de pasto devastados, seguido por Iracema, com 10 mil hectares.

Contexto da estiagem

Roraima enfrentou um período seco de outubro até abril, liderando o número de focos de calor no país em 2024. A falta de chuvas secou rios, como o Rio Branco, e provocou incêndios florestais que consumiram casas, animais e vegetação, além de espalhar fumaça poluída pelo ar.

Medidas de emergência

O decreto de emergência criou o Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar, autorizando a contratação temporária de pessoal, a dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços essenciais, e a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre.

Levantamento de danos

O Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) está realizando o levantamento do número de animais mortos, que pode ser ainda maior, pois as equipes continuam visitando os produtores.

Causas e combate às pragas

Durante uma coletiva à imprensa, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), informou que a causa da perda do pasto e da morte do rebanho está relacionada à estiagem. Com a seca, focos de incêndio devastaram as pastagens e favoreceram o crescimento de ervas daninhas, criando um ambiente propício para pragas, como a lagarta-militar.

Apoio financeiro aos produtores

Para combater as pragas e recuperar o pasto, o governo, por meio da Agência Desenvolve, repassará R$ 1.750 aos produtores rurais por meio do programa Desenvolve Roraima. O teto máximo que cada produtor pode receber é de 5 hectares, equivalente a R$ 8.750.

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Processo para receber o benefício

Para obter o benefício, o produtor rural deve ter um diagnóstico do Iater que comprove o prejuízo. O governo pode comprar os insumos e fornecer diretamente ao produtor, ou ele pode receber o dinheiro no banco e comprar na loja de preferência, apresentando o cupom fiscal.

“O valor é suficiente hoje para comprar adubo e sementes… ou seja, o governo está fazendo o necessário para beneficiar todos. Quando o inverno veio e começou a chuva, a lagarta atacou e comeu todo o capim. Essa pastagem não foi reaproveitada, ela morreu e vieram as ervas daninhas…”, explicou o governador.

A medida visa não apenas a recuperação imediata das pastagens, mas também a implementação de práticas sustentáveis que garantam a resiliência das comunidades rurais diante de futuras adversidades.

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Foto: divulgação