O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que tratou com o presidente da República, Lula da Silva (PT), sobre os problemas enfrentados para o asfaltamento da BR-319.
Depois da conversa, ele disse que a pasta decidiu “tocar a obra”.
Ele participou nesta terça-feira (21/3), no Senado, de uma reunião conjunta das comissões de Desenvolvimento Regional e Turismo e de Infraestrutura.
“Eu tratei especificamente dessa obra com o presidente Lula, fazendo esse relato também. E vamos tocar isso”, disse o ministro durante a reunião.
Os relatos passados a Lula dão conta de que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vai começar o asfaltamento dos primeiros sete quilômetros dos 52 do chamado lote C, que compreende entre os Km 198 e 250.
“Está ali o diretor-geral, que me disse que, nesta semana, ele finaliza aquele acordo para a gente começar aqueles sete quilômetros iniciais”, disse ele, referindo-se a Fabrício Galvão.
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Contudo, o ministro afirmou que o asfaltamento da BR-319 possui problemas ambientais que precisam ser superados para que a obra tenha sequência.
“Ali tem alguns desafios ambientais que eu gostaria de compartilhar com os senadores para contar com a colaboração do parlamento brasileiro no sentido de encontrarmos saídas para obras importantes”.
Além disso, o ministro fez referência ao chamado “trecho do meio” (entre os km 250 e 655,7) cuja a licença prévia foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em julho do ano passado.
Estudo divulgado pelo Observatório do Clima acusou o crescimento do desmatamento no entorno da rodovia depois que o governo de Jair Bolsonaro (PL) anunciou que a rodovia seria asfaltada.
Com base nos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o levantamento indica um aumento de 122% no desmatamento na área da rodovia entre 2020 e 2022.
“A mera perspectiva de uma obra de infraestrutura movimenta o mercado da grilagem e incentiva a ocupação, em busca de anistia futura. Essa é uma constante na história da Amazônia”, disse Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Ibama
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que faltam estudos ambientais de responsabilidade do Dnit para que a licença definitiva seja concedida.
Além disso, Agostinho afirmou que a atual licença também está sendo avaliada por técnicos do Ibama.
“Eu não tenho condições de dizer se essas licenças serão emitidas ou não. Se essa estrada vai sair ou não. Vai depender muito da análise dos estudos que o Dnit apresentar”, disse o presidente do Ibama à Folha.
Foto: divulgação