BR-319: grupo de trabalho para destravar solução fica na promessa
A proposta havia sido anunciada no dia 3 de agosto pelo presidente Lula (PT), mas ainda não saiu do papel

Ferreira Gabriel
Publicado em: 21/10/2023 às 21:49 | Atualizado em: 23/10/2023 às 11:13
O grupo de trabalho sobre a BR-319 anunciado no dia 3 de agosto, há dois meses, pelo presidente Lula (PT) ainda não foi criado.
De acordo com matéria do A Crítica, a Casa Civil confirmou que a proposta de decreto que irá instituir os membros do grupo e seus objetivos está em fase de finalização.
A reportagem também apurou com o Ministério dos Transportes que o GT da BR-319 será um grupo interministerial.
Nas últimas semanas, parte da classe política e empresarial do Amazonas engrossou a cobrança pela repavimentação da estrada, usando como munição a seca extrema que atinge o estado. Como resposta, representantes do governo citaram, em mais de uma ocasião, a criação do grupo pelo presidente Lula.
Foi o que aconteceu, por exemplo, na quarta-feira, durante reunião do vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília (DF), com o governador Wilson Lima (União Brasil), a bancada amazonense no Congresso Nacional e outros políticos do estado.
“O vice-presidente deu a palavra [durante o encontro] e todo mundo falou sobre a importância de recuperar a BR-319”, disse à reportagem o deputado estadual Mário César Filho, que esteve no encontro e é favorável à rodovia.
Na reunião, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a lembrar que a recuperação da estrada está sujeita ao GT anunciado pelo governo. Ela tem sido o foco da fritura pelos políticos amazonenses, apesar de a estrada também dizer respeito aos ministérios dos Transportes, chefiado por Renan Filho, e da Casa Civil, de Rui Costa, onde está parada a criação do GT da BR-319. Ambos não são pressionados como Marina.
No dia 4 de outubro, durante visita a Manaus por causa das queimadas e seca, ela também foi cobrada publicamente. Na ocasião, lembrou que ficou 15 anos fora da gestão federal e mesmo assim a estrada não saiu.
“É um processo técnico. Ninguém dificulta, ninguém facilita. Estão sendo realizados os estudos. E quando o presidente Lula pediu os estudos é porque ele quer que se tenha as duas coisas: os empreendimentos, mas com sustentabilidade”, disse ela.
Leia mais na reportagem de Waldick Junior no Portal A Crítica
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Foto: divulgação