A caminho da urna, juiz pede que eleitores preservem desova de quelônios

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 25/08/2017 às 20:38 | Atualizado em: 25/08/2017 às 20:38

As características regionais do Amazonas produzem desafios inesperados para que uma eleição aconteça. Quando ela é fora de época, como a que ocorre agora, para escolher um governador tampão, os obstáculos naturais se multiplicam, sobretudo no interior do estado.

Por exemplo, os rios que cortam o Amazonas estão no período de vazante, que é quando os quelônios saem para desovar nas praias. É nesse momento que entidades de proteção e conservação intensificam suas atividades, como é o caso do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) no rio Purus.

Nessa região, do município de Lábrea, 12ª zona eleitoral do estado, ICMBio e Funai pediram e o juiz da comarca, Francisco Carlos de Queiroz, expediu uma recomendação para que os eleitores das comunidades Prainha, Várzea Grande 1 e 2 e Realeza evitem de transitar, como normalmente fazem, pela praia Isabel, onde tracajás, tartarugas e iaçás estão desovando.

A praia é o caminho mais usado pelos moradores dessas localidades para votar na comunidade Santa Cruz, onde está a seção eleitoral 88.

Na recomendação, o juiz Queiroz faz questão de destacar que a cidadania de votar deve caminhar “harmoniosamente” com a responsabilidade ambiental.

Assim, nenhum eleitor está proibido de passar pelo varadouro da praia Isabel, mas deve ter cuidado para não prejudicar o curso natural da vida das espécies.

 

Foto: Reprodução/Blog do InfoAmazônia