A Justiça do Amazonas suspendeu, nesta sexta-feira (30), a audiência de instrução do caso Julieta Hernández, artista venezuelana morta durante sua passagem pelo município de Presidente Figueiredo, no fim do ano passado. A família luta para que o crime seja reclassificado de latrocínio para feminicídio.
A decisão pela suspensão foi tomada após a requisição de um documento citado durante a sessão.
A audiência aconteceu no Fórum de Justiça Desembargadora Nayde Vasconcelos, em Presidente Figueiredo.
Julieta desapareceu no dia 23 de dezembro no interior do estado, e o corpo dela, juntamente com partes da bicicleta que usava, foi encontrado no início de janeiro deste ano nas proximidades de um refúgio onde ela estava hospedada.
Ela morava no Brasil há 8 anos e fazia parte do grupo “Pé Vermêi”, composto por artistas e cicloviajantes que percorrem o país.
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Investigação
Conforme as investigações, a artista foi estuprada, assassinada e teve seu corpo queimado pelo casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, que confessou o crime. Eles foram acusados de estupro, latrocínio e ocultação de cadáver.
A partir de agora, há um prazo de 15 dias para a entrega do documento e depois disso, uma nova data será marcada para que as oitivas serão retomadas.
De acordo com o advogado que representa a família de Julieta, Carlos Nicodemos, o sentimento neste momento é de frustração.
“Existe a expectativa de uma resposta do Estado brasileiro sobre o crime. A família, obviamente, fica frustrada com o resultado. Devemos lembrar que estamos falando de um crime bárbaro, com contornos de feminicídio e xenofobia, então isso pesa demais para a família, para a pauta e na agenda dos direitos das mulheres no Brasil”, observou.
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Foto: Joena Santos/reprodução