Amazônia: 1 ano de operação, R$ 345 milhões de prejuízo a garimpeiros na terra ianomâmi
Atuação das Forças Armadas e outros órgãos apreendeu 34 kg de ouro.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 05/04/2025 às 08:45 | Atualizado em: 05/04/2025 às 10:16
A Operação Catrimani II completou um ano de atuação contínua na terra indígena Yanomami, em Roraima. Coordenada pela Casa de Governo, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, a operação reúne as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), órgãos de segurança pública e agências federais no enfrentamento ao garimpo ilegal e à crise humanitária na região.
As ações repressivas no local têm como foco a desintrusão de invasores e a destruição da infraestrutura do garimpo. Em 12 meses, mais de 4.500 operações resultaram em R$ 345 milhões de prejuízo aos criminosos. Foram apreendidos 34 kg de ouro, 158 toneladas de cassiterita, 128 armas e 160 antenas de internet, além da prisão de 176 pessoas.
Ao todo, 508 acampamentos ilegais foram destruídos, 2.799 equipamentos como geradores e motores foram inutilizados, e 33 aeronaves e 219 embarcações foram apreendidas. Também foram desativadas 53 pistas clandestinas e retiradas 123 balsas e dragas.
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Queda histórica na atividade ilegal
Segundo o Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), a atividade de garimpo ilegal caiu 94,11% entre março de 2024 e fevereiro de 2025.
Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2024, não houve registro de alertas de garimpo. Dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ) também indicam redução a zero nos alertas de desmatamento — algo inédito desde 2023.
Essa mudança já impacta o meio ambiente: a qualidade da água melhorou e os rios voltaram à coloração natural.
Com a remoção de 227 kg de mercúrio, os yanomamis retomaram a pesca e o consumo da água e peixes locais.

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Presença permanente
As Forças Armadas empregaram drones, visão noturna e operações noturnas contínuas, como a “Flecha Noturna”, para surpreender criminosos. Durante as patrulhas, mais de 30 mil km de rios foram percorridos, com instalação de barreiras fluviais estratégicas.
Duas Bases de Apoio Interagências foram criadas — em Pakipali e Kayanaú —, além de um novo Destacamento Especial de Fronteira em Waikás, ampliando a presença e vigilância permanentes para os ianomâmis.
Apoio logístico e ações humanitárias
Em uma área de 96 mil km², as Forças Armadas apoiaram o transporte de 454 toneladas de cargas, incluindo equipamentos de saúde, placas solares e perfuratrizes para poços. Nove sistemas fotovoltaicos foram entregues para garantir energia sustentável.
O transporte aéreo beneficiou 6.690 pessoas, entre civis e militares. Em parceria com agências federais, foram realizados mais de 29 mil atendimentos médicos e odontológicos, além de seis evacuações aeromédicas. Os Navios de Assistência Hospitalar da Marinha também prestaram apoio a comunidades ribeirinhas.

Fotos: divulgação