Censo Escolar mostra desigualdades entre o público e o privado

Publicado em: 31/01/2018 às 16:22 | Atualizado em: 31/01/2018 às 17:04

O Censo Escolar de 2017 revela desigualdade nas condições oferecidas a estudantes das escolas públicas em relação a alunos das escolas particulares.

Há também desigualdades das condições infraestruturais entre regiões.

O estudo do Ministério da Educação apresenta dados sobre a estrutura das escolas de educação básica.

No caso das escolas que oferecem ensino fundamental, apenas 41,6% contam com rede de esgoto, e 52,3% apenas com fossa.

Em 6,1% delas, não há sistema de esgotamento sanitário.

O censo aponta a disponibilidade desse tipo de serviço como o principal gargalo, especialmente no Acre, Amazonas, Pará e Roraima, onde a situação sanitária é mais problemática.

Nas escolas de ensino fundamental, a garantia de água ocorre por meio da rede pública de abastecimento na maior parte dos casos (65,8%), mas há as abastecidas por poço artesiano (17,4%); cacimba, poço ou cisterna (11,9%) ou diretamente por rios, córregos ou outros canais (6,2%).

Em 10% delas, não há água, energia ou esgoto.

Ter bibliotecas ou salas de leitura, por exemplo, é algo raro nas regiões Norte e Nordeste – há municípios em que menos de 20% dos colégios possuem um espaço com livros.

No Sul e no Sudeste, a situação é bem diferente: 72% das escolas do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul têm essa estrutura para os alunos.

Os números mostram também uma grande diferença entre os recursos das escolas de educação infantil geridas pelos municípios e pelas redes privadas.

Um parquinho, por exemplo, só existe em 30,3% das públicas, versus 81,7% das particulares.

Ter um banheiro com estrutura para crianças é algo que só é oferecido por 34,3% das instituições municipais nessa etapa de ensino, enquanto, nas escolas privadas, a porcentagem é de 81,7%.

“ (A estrutura) é desigual sim, e não obrigatoriamente está relacionado a recursos, tem municípios que recebem o mesmo montante de recursos um funciona melhor e o outro não. Essa é uma missão a ser alcançada pelas prefeituras”, disse Maria Helena Guimarães de Castro, ministra interina o MEC (na foto, de branco, tendo ao lado o secretário de educação básica, Rossieli Soares).

 

Queda nas matrículas

Os dados do mostram ainda que, dos 48,6 milhões de matrículas feitas no ano passado em escolas de todo o país, 7,9 milhões foram no ensino médio, contra 8,1 milhões na mesma modalidade em 2016.

De acordo com o MEC, a tendência de queda observada nos últimos anos deve-se tanto a uma redução da entrada proveniente do ensino fundamental (a matrícula do 9º ano caiu 14,2% de 2013 a 2017) quanto à melhoria no fluxo no ensino médio (a taxa de aprovação do ensino médio subiu 2,8 pontos porcentuais de 2013 a 2017).

Fonte: MEC

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Foto: José Cruz/Agência Brasil