Chacina de ambientalistas na Amazônia faz seis meses de zero resposta

O inquérito policial não foi concluído e quase nada se sabe sobre o caso

Ferreira Gabriel

Publicado em: 29/06/2022 às 11:15 | Atualizado em: 29/06/2022 às 11:15

Um chacina acabou com uma família inteira de ativistas no interior do Pará no início de janeiro deste ano. O ativismo ambiental de José Gomes, de 61 anos, o Zé do Lago, foi apontado como um dos possíveis motivos para a violência, que também ceifou a vida de sua companheira, Márcia Nunes Lisboa, de 39, e da filha dela, Joane Lisboa, de apenas 17 anos.

Quase seis meses após o triplo homicídio, porém, ninguém foi preso ou indiciado, o inquérito policial não foi concluído e quase nada se sabe sobre o caso.

“Esse caso é exemplo de uma impunidade que é um dos principais combustíveis do quadro de violência que vemos na Amazônia hoje”, avalia Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, entidade que representa 73 organizações de defesa do meio ambiente.

“A impunidade impulsiona a pessoa que liga a motosserra, a pessoa que puxa o gatilho. E é impulsionada pela omissão do Poder Público, que se acentuou no governo Bolsonaro e deixou o crime mais poderoso do que nunca na Amazônia”, declara o ambientalista.

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Crime sem castigo

Os corpos das três vítimas da chacina foram encontrados em 9 de janeiro na propriedade da família, na zona rural de São Félix do Xingu, município do sudeste paraense.

De acordo com a Polícia Civil, eles já estavam mortos há pelo menos três dias quando foram encontrados. Foram achadas 18 cápsulas de munição na cena do crime.

A investigação foi assumida pela Polícia Civil do Pará e se mostrou complicada desde o início. As vítimas chegaram a ser sepultadas sem realização de perícia, o que só ocorreu em 16 de janeiro, ao menos 10 dias após as mortes, depois da exumação dos corpos ser determinada pela Justiça.

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Foto: Reprodução