Cheia será catastrófica, diz cidadão que previu enchente recorde do rio Negro
Agora ele diz que as águas deste ano vão lavar as ruas do Centro, inclusive a Henrique Martins, muito distante da margem do rio Negro

Neuton Corrêa, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 27/04/2021 às 10:09 | Atualizado em: 27/04/2021 às 10:09
Cidadão que emitiu o primeiro sinal de que o rio Negro poderia ter uma cheia recorde este ano, o ex-deputado estadual Erasmos Amazonas (76) insistiu hoje:
“Será uma enchente terrível, catastrófica, calamitosa, medonha”, disse ele após o rio subir nove centímetros em 24 horas.
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A primeira vez que falou isso foi no dia 12 de fevereiro.
Nesse dia, ele fez questão de chamar uma equipe do BNC AMAZONAS à sua casa para mostrar o que estava observando.
Erasmo Amazonas mora em uma casa, no bairro do Educandos, Zona Sul de Manaus, à beira do rio Negro.

Nesse local vive há 76 anos e ali, desde 1953, acompanha a subida e a descida das águas.
Ali, também, em 2009, fixou uma régua de alumínio para se dedicar ainda mais às suas observações.
Quando convidou o BNC a ir à sua casa, Erasmo projetou três cenários: um, bom, com subida diária de 4cm/dia; outro, ruim, com alta de 5cm/dia; e a que considerou catastrófica, acima dos 5cm.
Hoje, quando viu sua régua contando quase 10cm, ele ligou para o site e disse:
“Essa água vai chegar até a (rua) Henrique Martins (Centro de Manaus)”, disse ele, queixando-se.
“Se tivessem me ouvido naquele dia, a cidade estaria mais preparada para enfrentar esse fenômeno, que está fora da curva de tudo o que já se viu no movimento das águas até hoje”.
A queixa dele é porque o alerta oficial de cheia ocorre todos os anos no dia 31 de março.
Oficialmente, é um aviso formal feito pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Trata-se de um órgão do governo federal que monitora não apenas a subida das águas do rio Negro, mas todas as bacias dos rios da região e a incidência de chuvas.
Para Erasmo Amazonas, os nove centímetros anotados nesta terça-feira, dia 27, é apenas o começo do período que mais o rio enche.
Foto: Divulgação