Cinzas do cientista dos ‘rios voadores’ serão jogadas em Manaus
"Foi dele também a ideia de construir uma torre no meio da Amazônia para medições climáticas.", diz cientista da USP

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/02/2022 às 08:03 | Atualizado em: 08/02/2022 às 08:07
As cinzas do professor Enéas Salati serão espalhadas na reserva florestal Adolpho Ducke, em Manaus. O cientista dos ‘rios voadores’ morreu no sábado (5), aos 88 anos, em Piracicaba (SP).
A cerimônia de cremação será realizada hoje (8), em Piracicaba, cumprindo seu desejo.
Conforme o portal Terra, o professor, cujo trabalho de uma vida ajudou a fortalecer a consciência ambiental no Brasil, mostrou como água da chuva se recicla na Amazônia.
Ou seja, rios voadores, grandes massas de ar carregadas de umidade vindas da Região Amazônica para o Sudeste brasileiro.
O cientista brasileiro foi diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) de 1979 a 1981 e de 1991 a 1992.
De acordo com Carlos Nobre, climatologista do Instituto de Estudos Avançados da USP, disse sobre Salati:
“Foi a primeira pessoa a me dar uma atividade lá. Ele foi o primeiro a medir as diferenças de temperatura no Rio Negro. Eu estava no barco com ele”,
Nobre também diz: “Foi dele também a ideia de construir uma torre no meio da Amazônia para medições climáticas.”
“Rios voadores“
De acordo com a publicação, foi dele o estudo seminal, no fim dos anos 1970, que mediu o nível de reciclagem das moléculas de água na Amazônia.
Um ciclo tão gigantesco que faz com que essas moléculas – vindas do oceano e precipitadas sobre a floresta – sejam evaporadas e voltem em forma de chuvas na região entre 5 a 8 vezes.
Assim, quando, finalmente, essa enorme massa de ar se desloca no sentido dos Andes, migra para o Sudeste formando os “rios voadores”.
Portanto, o fenômeno tão concreto que basta ler as notícias sobre as tempestades que afetam o país durante o verão.
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Foto: Reprodução/vídeo