Comunidades amazĂ´nicas se destacam no mercado sustentĂ¡vel
As comunidades que produzem seus prĂ³prios chocolates estĂ£o no ParĂ¡ e mostram a força do desenvolvimento sustentĂ¡vel e econĂ´mico na regiĂ£o

Publicado em: 08/11/2021 Ă s 08:14 | Atualizado em: 08/11/2021 Ă s 08:14
No inĂcio de 2022, quatro comunidades amazĂ´nicas começarĂ£o a produzir seu prĂ³prio chocolate.
Embalado, com um nome escolhido por elas no rĂ³tulo, feito como o cacau local, com origem rastreĂ¡vel e carregando a histĂ³ria e os valores da floresta.
Trata-se de um passo a mais em direĂ§Ă£o a um processo de transformaĂ§Ă£o da regiĂ£o, agregaĂ§Ă£o de valor a seus produtos e inclusĂ£o no mundo via desenvolvimento econĂ´mico sustentĂ¡vel.
Enquanto o mundo discute formas de diminuir os efeitos das mudanças climĂ¡ticas, projetos como esse, com potencial de unir desenvolvimento verde e renda na maior floresta tropical do mundo, se colocam em marcha no Brasil.
Ă€s margens de qualquer polĂtica pĂºblica, apontam para uma possĂvel saĂda para a enrascada ambiental atual.
HĂ¡ uma semana que lĂderes mundiais, cientistas e negociadores internacionais tateiam uma saĂda possĂvel. Reunidos em Glasgow, na EscĂ³cia, na COP-26, a cĂºpula do clima da ONU, procuram consensos sob a pressĂ£o da urgĂªncia.
Chocolate
Distante milhares de quilĂ´metros do Reino Unido, as comunidades que produzem seus prĂ³prios chocolates estĂ£o no ParĂ¡. SĂ£o comunidades ribeirinha, extrativista, quilombola e uma gerida por mulheres trabalhadoras.
O sucesso nĂ£o vai ocorrer do dia para a noite, mas serĂ¡ resultado de um longo processo de preparaĂ§Ă£o, treinamento, inclusĂ£o e autonomia desenvolvido pelo projeto AmazĂ´nia 4.0, que na Ăºltima semana se transformou em fundaĂ§Ă£o. Ela Ă© resultado do trabalho dos irmĂ£os Carlos Nobre, climatologista, e Ismael Nobre, biĂ³logo.
O foco Ă© manter a floresta em pĂ© e desenvolver economicamente a regiĂ£o pela tecnologia, inteligĂªncia artificial e do que hĂ¡ de mais moderno e acessĂvel. Ismael explica que o modelo se baseia em capacitar as comunidades para usar a tecnologia e levar um modelo de biofĂ¡bricas para a floresta.
“Hoje, o quilo do cacau Ă© vendido a R$ 15, Ă© negociado na Bolsa de Nova York. Mas, se nĂ£o vendermos a matĂ©ria-prima assim e agregarmos valor em um produto com rĂ³tulo local, com a histĂ³ria da comunidade, da floresta, isso pode ir de R$ 200 a R$ 300 o quilo”, afirma.
No inĂcio do ano que vem, esse modelo serĂ¡ colocado a prova. “NĂ£o dĂ¡ para esperar mais 30 anos em um processo que nĂ£o coloque a floresta como o principal ativo da AmazĂ´nia”, diz Ismael.
Para ele, esse norte poderia ser perseguido por uma polĂtica de estado no Brasil, mas ele nĂ£o conta com isso. “Formatamos o projeto para funcionar sem a participaĂ§Ă£o do governo. NĂ£o podemos depender da polĂtica.”
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