O desmatamento da Amazônia provoca impactos no mundo, como a redução de chuvas em algumas regiões e o aquecimento global.
Geralmente, a perda de cobertura vegetal é associada principalmente à exportação de commodities. Um estudo mostrou, no entanto, que o consumo no Brasil, principalmente de produtos da agropecuária no Centro-Sul, é o motor da destruição do bioma.
O Centro-Sul compreende os estados do Sul e Sudeste, além de Goiás, Mato Grosso do Sul, DF e fatias do Tocantins e Mato Grosso.
O artigo Economic drivers of deforestation in the Brazilian Legal Amazon (“Pressões econômicas do desmatamento na Amazônia Legal Brasileira”, na tradução livre para o português), publicado no fim de junho na revista Nature Sustainability , relacionou a supressão da floresta ao consumo. A pesquisa mostrou que 83,17% do desmatamento foi provocado por demandas de fora da região, sendo 59,68% do restante do Brasil e 23,49% do exterior.
A Amazônia Legal se estende por nove estados brasileiros: Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
“A principal mensagem do trabalho é que as relações da Amazônia com o restante do país geram um potencial para o desmatamento”, afirma Eduardo Amaral Haddad, professor titular da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e autor principal do estudo.
“Até então grande parte da literatura tinha focado nas relações comerciais com outros países. Mas havia algum indício de que o comércio com o restante do Brasil, principalmente com o Centro-Sul, a parte mais rica do país, pudesse exercer algum tipo de pressão econômica sobre o desmatamento”, explica o professor. Segundo Haddad, essa relação foi quantificada pela primeira vez.
Leia mais na reportagem de Maurício Frighetto na DW
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Foto: Mario Tama/Getty Images