COP-30 não vai sair de Belém, diz chefe do evento

Mesmo sob pressão internacional, o Brasil mantém Belém como sede da COP-30. O embaixador André Corrêa do Lago, que preside a conferência, afirmou que não há plano B e que o governo trabalha para garantir a presença de todos os países, inclusive os mais pobres.

Segundo ele, “mais de dois terços dos países da ONU são consideravelmente mais pobres que o Brasil” e precisam de hospedagem acessível para participar. Delegações de países africanos, ilhas e nações em desenvolvimento já alertaram que os preços cobrados durante a conferência, marcada para novembro, ultrapassam os auxílios fornecidos pela ONU.

A crise levou três grupos regionais a pedirem formalmente a mudança da sede, segundo Corrêa do Lago. Ele reconheceu que o custo de hotéis e aluguéis temporários multiplicou-se até 15 vezes, gerando um conflitos. “Há uma sensação de revolta”, afirmou.

O governo diz que não pode impor tabelamento, mas promete ampliar a oferta de quartos com valores fixos. Ao todo, 2.500 acomodações estão sendo disponibilizadas entre US$ 100 e US$ 600. Para os 73 países menos desenvolvidos, haverá 15 quartos por delegação, com diárias de até US$ 200.

Além disso, dois navios de cruzeiro devem reforçar a rede com 6 mil leitos extras. A meta é acolher as cerca de 50 mil pessoas esperadas, entre delegações oficiais, sociedade civil e setor privado. “Queremos uma COP inclusiva. A ausência dos países mais pobres comprometeria a legitimidade da conferência”, disse Corrêa do Lago.

O embaixador também comentou que a pressão aumentou após entrevista do negociador africano Richard Muyungi, que revelou pedidos formais de mudança de sede. A ONU solicitou que o Brasil apresente, até 11 de agosto, soluções para o problema.

Apesar das dificuldades, a CEO da COP-30, Ana Toni, reforçou a posição oficial: “O governo acredita no Plano A”.

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Foto: divulgação