COP-30: preços abusivos de hospedagem em Belém mancham imagem do país

Problemas na plataforma oficial comprometem a oferta de hospedagem acessível e a credibilidade do evento

COP-30: governo busca saída para preço abusivo de hospedagem

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 10/08/2025 às 09:22 | Atualizado em: 10/08/2025 às 09:22

A plataforma oficial de hospedagem para a COP-30, que será realizada em Belém esse ano, tem sido alvo de críticas por anúncios com preços muito acima do limite estabelecido e estadias mínimas que ultrapassam o período do evento.

A princípio, a organização da COP-30 definiu que o valor máximo por diária, por quarto, não deveria ultrapassar US$ 600 (cerca de R$ 3,2 mil). No entanto, o levantamento do G1 apontou que, entre 857 anúncios disponíveis na plataforma oficial, 122 desrespeitam esse teto.

Embora a média geral por quarto fique em US$ 451 (aproximadamente R$ 2,4 mil), o valor médio para imóveis inteiros chega a US$ 1,1 mil por diária, evidenciando disparidades.

Essas irregularidades preocupam, pois podem comprometer a imagem do Brasil como país anfitrião de um encontro global tão importante.

Valores exorbitantes

Um dos exemplos mais evidenciados é de uma residência de quatro quartos denominada “Dream Mansion”, que está sendo oferecida por US$ 5 mil por dia — o que equivale a aproximadamente US$ 1,3 mil por quarto, mais do que o dobro do teto permitido.

Quando questionada, a administradora do imóvel, Luciana, disse que não conhecer o anúncio nem o preço cobrado. Ela explicou que uma corretora publicou sem sua autorização e que ela não sabia do limite de US$ 600 por quarto.

Além dos preços abusivos, as exigências de estadias mínimas têm causado dificuldades para os interessados.

O evento ocorrerá no total de 12 dias, em novembro. Contudo, 489 dos anúncios analisados pelo G1 exigem permanência mínima de 15 dias ou mais.

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Monitoramento do sistema

A organização da COP-30 reconheceu a falha no sistema da Plataforma Oficial de Acomodação.

Segundo eles, algumas imobiliárias ligam seus sistemas direto à plataforma e, ao atualizar os imóveis, colocam anúncios com preços e condições erradas.

A organização está trabalhando com as imobiliárias para que façam a filtragem necessária antes da atualização dos dados na plataforma oficial.

Saiba mais em G1.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil