Coronavírus ataca mais indígenas no AM que no resto do país

São mais de 1,3 mil contaminados e 50 mortos pelo vírus, principalmente na região do alto rio Solimões

26/06/2020 11:37

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No Amazonas,1.304 índios já foram contaminados pela Covid-19. Destes, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), 50 morreram. São povos de diferentes etnias e distritos indígenas espalhados por todo o estado.

Em 10 dias, o aumento no número de casos em indígenas saltou de pouco mais de mil para os atuais 1.304. Sobretudo atualizados nesta quinta-feira (25).

Na região do Alto Solimões Amazonas, estão concentrados atualmente o maior número de casos de índios infectados em todo o Brasil. Portanto são com 555 infectados e 24 mortos.

Esta é mesma região onde houve o primeiro registro de índio contaminado pela doença em todo o país.

A região do Alto Solimões abrange nove municípios do Amazonas, todos com casos confirmados de Covid-19.

Os números de casos confirmados na área são: Benjamin Constant (1.438), Tabatinga (1.375), Santo Antônio do Içá (992), São Paulo de Olivença (629), Fonte Boa (502), Atalaia do Norte (463), Tonantins (447), Amaturá (375) e Jutaí (248). Estes números são de casos na população em geral, sem distinção por raça.

São mais de 1,3 mil contaminados e 50 mortos pelo vírus, principalmente na região do alto rio Solimões.

Contaminação e Mortalidade

As taxas de contaminação e mortalidade de indígenas na Amazônia por Covid-19 superam as médias nacional e regional. Este dado foi apresentado por um estudo desenvolvido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Bem como pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Diante disso, pesquisadores consideram a situação crítica.

Segundo a pesquisa, a taxa de mortalidade pelo coronavírus entre indígenas, de 52 a cada 100 mil habitantes indígenas, é 150% maior do que a média geral brasileira. Esta, portanto, de 21 a cada 100 mil habitantes, e 20% mais alta do que a registrada em toda a região Norte, de 43 a cada 100 mil habitantes. Este número é o mais alto entre as cinco regiões do país.

Já a taxa de infecção pela doença a cada 100 mil habitantes, entre os indígenas, de 759, é 84% mais alta se comparada com a média do Brasil, que é de 413.