O reitor da UFPel (Universidade Federal de Pelotas ), Pedro Hallal, que coordenou o maior estudo sobre covid-19 já realizado no país, disse que na Região Norte a contaminação da doença “já está em curva descendente.”
No Amazonas, foram realizados testes rápidos e entrevistas em Manaus, Parintins, Tefé e Lábrea, cidades localizadas em regiões intermediárias, segundo classificação do IBGE.
Em termos de comparação, Hallal explicou que na região de cada 100 pessoas dez têm ou já tiveram coronavírus.
Uma situação bem diferente do Centro-Oeste onde de cada 100 pessoas uma tem o vírus.
“O problema é que na região Norte a infecção já demonstra sinais de declínio, já está caindo, enquanto no Centro-Oeste o sinal é de aumento. O Centro-Oeste e o Sul são as regiões que mais aumentaram”, disse nesta sexta-feira, dia 3, o reitor em entrevista ao DFTV, telejornal da TV Globo no Distrito Federal
A pesquisa do Centro de Epidemiologia da UFPel, desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde , foi realizada em três fases em 133 cidades envolvendo 89.397 pessoas escolhidas por sorteios.
A primeira fase foi realizada entre 14 e 21 de maio (25.025 entrevistas e testes), a segunda entre 04 e 07 de junho (31.165), e a terceira entre 21 e 24 de junho (33.207).
Diferenças regionais
Segundo os dados, as diferenças por regiões foram marcantes. Na primeira fase, de 14 a 21 de maio, nenhuma região do Brasil, exceto o Norte, apresentava percentual da população com anticorpos superior a 1%.
Na primeira fase da pesquisa, a Região Norte apresentava percentual da população com anticorpos superior de 6,3%, na segunda subiu para 9% e na terceira caiu para 8%.
“No Norte a gente tem uma epidemia muito mais intensa, mas felizmente já num cenário de estabilidade, claro que aquele 9% e 8% significam empate técnico entre a segunda e a terceira fase, o que significa que está desacelerando, por isso que os óbitos diários estão caindo de forma tão marcante” explicou o coordenador em coletiva à imprensa.
“O Norte manteve os percentuais mais elevados, mas chamou atenção o crescimento acelerado no Nordeste, e tendências de crescimento também no Sudeste e no Centro-Oeste. Por outro lado, na Região Norte, não houve diferenças entre os resultados da segunda e da terceira fases da pesquisa, indicando uma possível desaceleração da pandemia naquela região”, diz um trecho da nota distribuída à imprensa.
Foto: Reprodução/Jornal Noroeste