Governador do Pará diz que vai faturar R$ 1 bi com crédito de carbono
Estado diz que venderá 12 milhões de toneladas de créditos de carbono, com os recursos divididos entre comunidades tradicionais e políticas de redução de emissões.

Diamantino Junior
Publicado em: 24/09/2024 às 11:06 | Atualizado em: 24/09/2024 às 11:06
O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou nesta terça-feira (24/9), durante a Climate Week nos Estados Unidos, a maior venda de créditos de carbono da história, no valor de R$ 1 bilhão. Serão comercializadas 12 milhões de toneladas de carbono, ao preço de US$ 15 por tonelada.
Os recursos obtidos com a venda serão divididos em duas partes: uma destinada a povos indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares, enquanto a outra será aplicada pelo governo do Pará para dar continuidade às políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
A maior parte dos recursos será destinada a essas comunidades, com a menor fatia indo para o governo, que investirá na continuidade das políticas de redução de emissões de gases.
“Essa é uma agenda extraordinária… a floresta viva precisa ganhar valor”, afirmou Barbalho, ressaltando a importância de transformar a preservação da floresta em uma fonte de renda sustentável.
O governador do Pará, Helder Barbalho, tem se destacado em iniciativas relacionadas à venda de créditos de carbono, com o estado emergindo como um dos líderes no combate às mudanças climáticas e na promoção da sustentabilidade.
Esse movimento faz parte de uma estratégia ampla do governo para promover a bioeconomia como uma nova “commodity”, além de estimular a recuperação e concessão de áreas florestais.
O Pará já vinha implementando políticas focadas em descarbonização, como o controle do desmatamento, que teve uma redução significativa de 42% em 2023.
Barbalho tem defendido que a preservação da floresta precisa ser economicamente valorizada, destacando a importância de tornar a floresta em pé mais valiosa do que sua exploração ilegal.
Ele também afirmou que o estado deve continuar a ser um líder ambiental, especialmente com a expectativa de sediar a COP30, em Belém, em 2025.
O uso dos créditos de carbono no Pará é parte de uma agenda mais ampla, que inclui concessões florestais e políticas de restauração ambiental.
Leia mais
De quase 2 mil focos de queimadas no país, 51% só no AM e MT
Durante sua participação em eventos como o seminário “Meio ambiente: resiliência climática e descarbonização”, em São Paulo, o governador reforçou que o carbono se tornará uma commodity vital para o estado, ajudando tanto a proteger a floresta quanto a gerar desenvolvimento econômico sustentável.
Leia mais na Folha
Foto: fotospublicas.com