Crédito de carbono: Amazonas apresenta projetos na Indonésia

Agenda é de intercâmbio de experiências com outros países

Amazônia: o plano de crédito de carbono que envolve sócio da BTG Pactual

Mariane Veiga

Publicado em: 23/05/2024 às 19:12 | Atualizado em: 23/05/2024 às 19:17

O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), está participando, a convite do Banco Mundial, de um fórum para apresentar as propostas de REDD+ (sigla para redução de emissões provenientes do desmatamento e da degradação florestal).

A agenda em Bali, na Indonésia, dura uma semana, de 23 a 29 de maio.

O evento propõe um intercâmbio de conhecimentos e experiências de projetos exitosos para a valorização da economia de florestas tropicais.

O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, disse que vai mostrar o pioneirismo da proposta mercadológica de carbono no Amazonas, que pode gerar mais de R$ 8 bilhões em créditos de carbono.

“A gente veio compartilhar essa experiência com outros países e regiões parecidas com a nossa como uma experiência exitosa, mostrando que é possível ter economia, floresta em pé e atividades que possam remunerar e mudar a vida das pessoas que são as verdadeiras guardiãs da floresta”.

O Amazonas é o primeiro estado brasileiro a trabalhar com um sistema misto de REDD+, sendo um focado na comercialização de créditos históricos (809,6 milhões de toneladas de carbono) resultantes de redução do desmatamento de anos anteriores, e outro com propostas de novos projetos em áreas de conservação, gerando novos créditos. Este último é único no mundo.

“As primeiras propostas de REDD+ em unidades de conservação foram anunciadas em março e abril deste ano, a partir de um edital. Sete instituições e 21 propostas já foram aprovadas, e já vão começar a rodar nas nossas unidades, o que é muito proveitoso para a valorização da Amazônia no cenário global do mercado de carbono”.

Leia mais

Crédito de carbono: projetos em Lábrea são acusados de ‘lavagem’ de madeira

Intercâmbio Sul-Sul

Como primeira agenda, o secretário participou de uma mesa redonda sobre florestas tropicais para ações climáticas, seguido da cerimônia de abertura do Intercâmbio de Conhecimento Sul-Sul, com representantes dos governos do Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo.

Para Taveira, a expectativa também é aprender com as experiências bem-sucedidas dos países participantes do intercâmbio.

Mas, conforme ele, prioritariamente, é necessário fortalecer a agenda ambiental Sul-Sul e trazê-la ao ponto focal das discussões.

“Nós sabemos que a emergência ambiental afeta todos os países, mas nossas prioridades são diferentes dos países do Norte Global. Nós precisamos urgentemente mudar o centro do debate sobre meio ambiente do Norte para o Sul Global”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil