Criança recebe alta em Manaus após nove anos em hospital
Alex, de 12 anos, passa a receber acompanhamento do programa Melhor em Casa, do Governo do Estado

Publicado em: 02/06/2020 às 19:32 | Atualizado em: 02/06/2020 às 19:32
Há nove anos vivendo em leito do Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam), Alex Miranda Gomes, de 12 anos, recebeu alta nesta terça-feira (2).
Alex era o paciente mais antigo internado na unidade. E o retorno para casa foi ao ser incluído no programa Melhor em Casa, do Governo do Amazonas. Para isso acontecer, ele recebeu equipamentos necessários para continuar o tratamento em casa.
Ele é portador de miocardiopatia e convive com as sequelas de dois acidentes vasculares hemorrágicos. Mas, ele tem o quadro clínico estabilizado.
De acordo com a diretora do Icam, Ana Cristina Oliveira, dispositivos essenciais foram disponibilizados para a alta médica. Por exemplo, respirador mecânico, cilindro de oxigênio. Assim como, aspirador, oxímetro, nobreak e cama hospitalar.
Além dos itens encaminhados pela Secretaria de Saúde (Susam), a família contou com a solidariedade de outras pessoas. Bem como de empresas que doaram ar-condicionado e um televisor.
A criança é a terceira a deixar o Icam e voltar para casa nos últimos oito meses.
“Temos uma equipe multidisciplinar de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, então, toda a equipe trabalha com essas crianças que são moradores”, disse Ana.
Em casa, Alex receberá acompanhamento semanal. Sobretudo de uma equipe multidisciplinar do programa, composta por um médico, fisioterapeuta. Além de nutricionista, psicóloga, assistente social, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
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Benefícios da desospitalização
Médico pediatra do Icam, Carlos Queiroz explicou quais os benefícios da desospitalização. Segundo ele, o maior envolvimento da família favorece a evolução no tratamento. “É importante que esses pacientes crônicos possam estar na suas casas, no aconchego do seu lar e levando uma vida mais segura (…) sem o risco de uma infecção hospitalar e outras complicações”, explicou o médico.
A mãe de Alex, Silvane Miranda, 39, afirma sonhar que o filho possa se recuperar mais rápido em casa e deixar de depender de um respirador. “Eu nunca perdi a esperança de que ele voltasse pra casa, que um dia ele ia sair e esse dia chegou”, contou a mãe.
Emoção
A despedida do mais antigo paciente morador foi cercada de emoção e homenagens, mesmo em tempos de pandemia. Com uma oração, os profissionais, que acompanharam a criança nos últimos anos, despediram-se de Alex.
“Não existe palavra para definir a alegria da equipe, da direção e da própria Susam de trazer esse paciente para casa, para o convívio da sua família. Isso não tem preço, isso não se compra, isso não se ganha, isso a gente sente e é extremamente emocionante”, finalizou o médico pediatra.
Fotos: Gisele Rodrigues/Secom