Crianças indígenas morrem no Amazonas vítimas do garimpo

Bebês kanamaris, com menos de um ano, estão morrendo com diarreia aguda e desidratação severa.

Diamantino Junior

Publicado em: 05/04/2023 às 19:30 | Atualizado em: 05/04/2023 às 19:30

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira (05/4) informa que crianças indígenas com menos de um ano de vida estão morrendo no Amazonas com diarreia aguda e desidratação severa.

Tal qual Roraima, onde ianomâmis foram resgatados com os mesmos problemas, vítimas do garimpo ilegal, aqui, o crime chegou aos povos originários numa das regiões mais preservadas da Amazônia.

No Amazonas, conforme o jornalista Vinícius Sassine, as vítimas são crianças kanamaris, que vivem na aldeia Igarapé Preto, localizada entre os municípios de Carauari (médio rio Juruá) e Jutaí.

De acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e Funai, os óbitos das crianças amazonenses estão associados ao garimpo ilegal de ouro e ao lançamento de mercúrio, resíduos sólidos e outros materiais pesados no rio usado pelos indígenas para as atividades cotidianas.

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De tal forma que essas mortes e doenças ocorreram no início do governo Jair Bolsonaro (PL) em 2019. O Ministério Público e a Polícia Federal do Amazonas instauraram inquérito para investigar os fatos. Assim como a Procuradoria da República fez diligências na região e cobrou ações do governo federal da época.

A atual gestão do Ministério da Saúde considerou “grave a situação” das crianças indígenas do Amazonas e informou que a Sesai e o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) do médio rio Solimões apuram as denúncias para tomar as devidas providências.

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Foto: J. Rosha/Regional Norte I/Cimi