Deputado aponta exportação de gás para conter prejuízos da pandemia

Tecnologia pode ajudar Amazonas a, enfim, exportar gás natural após quebra de monopólio, destaca Ricardo Nicolau

Mariane Veiga

Publicado em: 16/03/2021 às 16:32 | Atualizado em: 16/03/2021 às 18:56

O potencial ainda inexplorado da exportação de gás natural do Amazonas poderá ajudar a reduzir os impactos negativos da pandemia do coronavírus (covid-19) na economia local.

A análise é do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputado Ricardo Nicolau (PSD), que defende o investimento em tecnologia para estimular o setor.

Nesta terça-feira, 16, o plenário aprovou a redação final do Projeto de Lei (PL) nº 108/2021, que põe fim ao monopólio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) na distribuição e comercialização de gás natural no estado.

O novo marco regulatório também viabiliza a abertura do mercado de gás para atrair novos investidores.

 “Acredito no grande potencial do gás natural na geração de emprego, renda e energia limpa. Será possível não apenas ampliar a exploração no âmbito local, mas levar para fora, até porque já há uma tecnologia de compressão que permite a venda do gás para outros estados. É um importante ativo que o Amazonas possui para fazer frente aos graves problemas econômicos provocados pela pandemia”, avaliou Nicolau.

O parlamentar classificou a quebra do monopólio da Cigás como “libertação”, já que mesmo o Amazonas sendo o terceiro maior produtor de gás natural do país, um percentual significativo do produto ainda precisa ser reinjetado de volta nos reservatórios por falta de mercado consumidor.

De acordo com Ricardo Nicolau, esse cenário vem prejudicando a economia amazonense há três décadas.

 “A Cigás tem faturamento bilionário, registra alto lucro e nunca mostrou interesse em levar o gás para outros lugares”, afirmou.

Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as reservas de gás natural do Amazonas tiveram queda de 43,7% em menos de dez anos devido à ausência de investimentos.

Dessa maneira, a abertura do mercado pode gerar cerca de 48 mil novos empregos diretos e indiretos em 19 municípios amazonenses na próxima década, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Foto: Marcelo Cadilhe/Divulgação