Deputados do Amazonas denunciam obra no aeroporto de Tabatinga
Empresa Vinci estaria reduzindo tamanho da pista de pouso. Ministério e Anac foram acionados

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 21/03/2024 às 18:54 | Atualizado em: 22/03/2024 às 18:08
Os deputados federais Átila Lins e Sidney Leite, ambos do PSD do Amazonas, foram à tribuna da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (21) fazer uma denúncia: obras no aeroporto de Tabatinga pretendem reduzir o tamanho da pista de pouso.
Tal medida, de acordo com eles, vai fazer com que Tabatinga perca a possibilidade de receber os aviões de grande porte, não somente da Azul, como da Boeing e de outras companhias.
“Estamos muito preocupados porque essa obra estava sendo feita para melhorar as condições do aeroporto e não para encurtar sua pista de pouso”, disse Átila.
Por conta disso, o parlamentar solicitou audiência com o ministro Silvio Costa Filho, dos portos aeroportos, e também com o secretário nacional da aviação civil, Juliano Alcântara.
A reunião é que essas autoridades mandem suspender imediatamente as obras a fim de que elas possam ser reestudadas e não causar nenhum prejuízo ao município de Tabatinga e a todos que vivem na região do alto Solimões.
Ainda segundo Lins, o turismo será muito enfraquecido visto ser uma região de fronteira.
“Por isso, nós não vamos permitir que o aeroporto seja encurtado, diminuído no seu tamanho e fique impossibilitado de aviões de grande porte, permitido apenas de pequenas aeronaves, causando, pois, grande prejuízo à população de Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e de todo o alto Solimões”.
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Privatização
Já o deputado Sidney Leite, que também foi à tribuna da Câmara nesta quinta-feira, lembrou que de Manaus ao município de Tabatinga, na tríplice fronteira com Peru e a Colômbia, são mais de 1.100 quilômetros de distância.
Além disso, o aeroporto da cidade, que tem o papel não somente do transporte de passageiros e cargas para a aquela região distante da capital Manaus, entrou no programa de concessão tendo a empresa Vinci Airport como vencedora.
Leite disse ainda que, quando a Vinci ganhou a concessão, ficou com a responsabilidade de aumentar em 30% a capacidade de pouso de aeronave. Mas, com a redução da pista, essa meta não será alcançada.
“Portanto, oficializei essa reclamação à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para saber se esta obra está de comum acordo, primeiramente, com a concessão e, segundo, com autorização da referida agência”, disse o parlamentar.
E prosseguiu:
“Estamos aguardando o retorno urgente porque nós não vamos aceitar que um processo de concessão, que vem no sentido e o objetivo de melhorar o serviço, de ampliar o serviço, prejudique a população de Tabatinga, que terá que se socorrer de aeronave menor, aumentando o custo de passagem, dificultando o deslocamento da população não só de Tabatinga, mas de todo alto Solimões”, finalizou Sidney Leite.
Providências
No final do dia, o deputado Átila Lins disse que recebeu telefonemas do ministro dos portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, assim como do secretário da Aviação Civil, Juliano Alcântara.
Ambas as autoridades garantiram ao parlamentar que vão buscar informações e tomar as devidas providências, embora, as obras sejam de responsabilidade da empresa concessionária.
O BNC Amazonas fez contato com a Vinci Airports para saber se a denúncia dos dois deputados amazonenses procede e os motivos da redução da pista de pouso do aeroporto de Tabatinga.
Mas, até esta publicação não houve retorno a empresa concessionária.
Foto: divulgação